Reflexo condicionado da boa aceitação do
primeiro filme –que encontrou seu público, adepto de comédias graciosas e
inofensivas sobre as peculiaridades da meia-idade –o segundo filme, repete a
fórmula de “O Exótico Hotel Marigold” dando continuidade à história de seus
idosos personagens, ainda em busca do amor, da felicidade e da realização
aparentemente descoberta no improvável cenário da Índia.
Todavia, a cena que abre o filme de John Madden
se passa nos EUA: Nela, Sonny Kapoor (Dev Patel), o jovem proprietário do Hotel
Marigold, e a Sra. Donnelly (Maggie Smith), que ao fim daquele filme tornou-se
sua administradora, estão em viagem para encontrar uma junta representante de
uma grande franquia de hotéis cinco estrelas –entre os quais vemos a
participação especial de David Strathairn.
Tendo obtido singelo êxito com o hotel, o
impulsivo e sonhador Sonny quer expandir obtendo assim uma parceria com
hoteleiros de fama mundial, para construir um segundo e bem mais suntuoso Hotel
Marigold.
Em regresso à Índia, e ao cenário usual do
primeiro filme, ele e a Sra. Donnelly sabem que estão por receber o inspetor
que avaliará se o Hotel Marigold tem condições de fazer jus à parceria –só não
sabem quem esse inspetor será.
Para Sonny, não resta dúvida: Ele é certamente
o escritor Guy Chambers (Richard Gere, em participação tão descontraída quanto
luxuosa), e para tanto, Sonny o cobre de bajulações, embora o interesse
romântico que Guy demonstre por sua mãe (Lillete Dubey) não lhe desça muito bem
à garganta.
Como é significativo no formato plural do
roteiro anterior, essa não é a única intriga a movimentar o filme: Além dessa
questão empresarial, Sonny tem complicações com sua noiva Sunaina (Tina Desai),
cujo casamento marcado para breve enfrenta alguns contratempos com a aparição
de um velho amigo galante, sedutor e onipresente que lhe dá nos nervos.
E, claro, temos também o festejado elenco
inglês de veteranos que, exceto por Tom Wilkinson, repetem todos os seus
papéis: Evelyn (Judi Dench), que parecia ter reencontrado o amor com Douglas
(Bill Nigh) no filme anterior, tem suas certezas tornadas aqui mais hesitantes
e relutantes (atitude que reduz consideravelmente seu protagonismo nesta
continuação), e tudo piora ainda mais quando a ex-mulher de Douglas, Jean
(Penelope Wilton), retorna da Inglaterra com a filha dos dois –e um leque de
histórias e conversas fiadas!
O metido a conquistador Norman (Ronaldo Pickup)
encontrou na aparentemente doce Carol (Diana Hardcastle, de "Casamento de Verdade"), uma chance tardia
para o amor; embora ele descubra que isso signifique submeter-se ao ônus de uma
relação à dois imperfeita e inesperadamente liberal.
E, por fim, Madge (Celia Imrie) se lança à uma
busca por sua cara metade; que parecem ser dois parceiros que ela persegue à
bordo de um táxi, sem ter certeza de qual dos dois seguir ou não –pela sua natureza elíptica e pouco
envolvente, essa é a sub-trama mais frágil de um trabalho acometido pela
complicação de sub-tramas frágeis.
Centrando muito de seu enredo desta vez no
espalhafatoso Sonny –que no filme original era pouco mais que um alívio cômico
–“O Exótico Hotel Marigold 2”, na tentativa de repetir o êxito até bastante
inesperado do primeiro filme, retoma muitas das histórias outrora bem
arrematadas dando a elas um aborrecido sabor requentado, aspecto disfarçado com
a presença mais ostensiva do que pertinente de Richard Gere.
No fim das contas, uma
continuação desnecessária.
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