O Sr. Fosca (Stefan Friedmann) toca um violino numa sala de cinema mudo na Itália do início do Século XX. Seu pendor artístico é maior que sua ocupação medíocre pode albergar, mas por necessidade, Fosca sufoca suas aspirações para fazer a trilha sonora de fundo de filmes mudos insignificantes.
Isso até o dia em que entra no recinto a jovem
e belíssima Sra. Shchebeneva (Joanna Kasperska), cuja beleza não passa
despercebida de Fosca –tal é seu assombro por ela, que Fosca é despachado dali
para o olho da rua e, lá mesmo, ainda a chafurdar na poça de lama, ele é
convidado a tocar seu violino numa festa privada a ser realizada na casa do
marido de Shchebeneva, notadamente mais velho que ela.
Fosca vai e, na sucessão de acontecimentos, se
torna amante de Shchebeneva.
Entretanto, este não é, e nem seria mesmo, um
caso de amor: Nas inclinações analíticas para com o drama humano que o diretor
polonês Andrzej Zulawski explorou de forma desconfiguradora em sua carreira, e
nas intenções contraventoras do cinema polonês de então, “Pavoncello” quer mais
é olhar para a superficialidade dos sentimentos, e vislumbrar por meio disso a
volatilidade emocional e a ausência alarmante de empatia da classe burguesa.
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