sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Paixão Assombrada


 A belíssima Jane Seymour já havia vivenciado um romance de lances mirabolantes no dramático “Em Algum Lugar do Passado”, no entanto, se naquele filme o aspecto fantástico envolvendo viagem no tempo servia aos propósitos da história de amor, nesta realização de 1983 –portanto, três anos depois –esses elementos comparecem dando ao filme uma densa concepção de gênero: Este é, pois, um filme de terror com todas as letras.

A partir do momento em que a premissa encontra a resolução bolada pelos realizadores “Paixão Assombrada” muda de tom, torcendo para que isso configure uma reviravolta surpreendente ao público.

Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno: Não chega, nem sob um decreto, a surpreender, embora também não comprometa seu resultado final, já que tal manobra lhe valoriza a trama e termina –veja só! –aproximando o filme um pouco mais de “Em Algum Lugar do Passado” e “Ghost-Do Outro Lado da Vida”, bem como de alguns outros exemplares mais contemporâneos do terror (em particular, algumas obras assinadas por Guilermo Del Toro), nos quais os fantasmas, os mortos, ainda que amedrontadores, não representam a ameaça maior, mas, sim, os vivos.

Prova de que muitas facetas do cinema moderno já existiam em obras de outrora –camufladas tão somente pela obscuridade que assolou muitas delas –este “Paixão Assombrada” até envolve com seu clima soturno, com o carisma pontual e funcional de Jane Seymour, embora não alcance notas maiúsculas enquanto filme de terror e nem chegue a profundezas verdadeiramente tocantes enquanto história de amor.

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