Entre seus trabalhos voltados para uma
abordagem algo pessoal de fatos históricos (que, conforme ele envelhece, foram
adquirindo cada vez mais intervalos de tempo entre si), o diretor Oliver Stone
costuma encaixar um ou outro filme menor, mais despretensioso, no qual ele se
encarrega somente de testar sua desenvoltura para relatos ficcionais –sem nunca
esquecer sua asséptica tendência para o sensacionalismo.
Grandes amigos, Ben (Aaron Taylor-Johnson) e
Chon (Taylor Kistch) não só dividem a mesma mulher, a esfuziante O (Blake
Lively, num papel que quase foi de Jennifer Lawrence), como também o mesmo
negócio como pequenos traficantes de drogas na Costa Oeste dos EUA. Mas sua
prosperidade, bem como a qualidade de seu produto, chama a atenção do Cartel de
Baja, cujos bandidões (retratados, sobretudo, na figura curiosa, paradoxalmente
ameaçadora e doméstica da personagem de Salma Hayek) sequestram O para coagir
os dois a tornarem-se seus empregados.
Eles elaboram um plano explosivo para reavê-la,
que envolve o corrupto agente do FBI vivido por John Travolta e o pernicioso
capanga interpretado por Benicio Del Toro.
Despido de suas ideologias políticas
discursivas, mas não de seu estilo áspero e ácido para contar uma trama de
crime e ação repleta de excessos, Stone arquiteta este relato quase banal
–ainda que não destituído de seu costumeiro impacto e choque –onde, como
sempre, ele se esbalda na exposição contínua da imoralidade de seus
personagens.
Tão mais pecaminosos eles são (e nesse sentido,
os personagens de Travolta e Hayek são exemplares), mais paradoxalmente
indulgente e sádico é o castigo que Stone para eles elabora.
Pode divertir o espectador
que não se incomodar com esses exageros.
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