Em “X-Men Primeira Classe” já era possível
perceber o imenso apreço do diretor Matthew Vaughn pelos filmes antigos de 007,
em especial os realizados nos anos 1960.
Com “Kingsman”, a adaptação de mais uma
história em quadrinhos (escrita por Mark Millar, que também escreveu “Kick Ass”
outro sucesso de Vaughn), ele conseguiu finalmente realizar um filme de
aventura e espionagem de fato. E é com a empolgação genuína de alguém que tem
um sonho realizado que Vaughn narra a surpreendente e divertida história de
Eggsy (o ótimo e carismático Taron Egerton) um jovem nascido no subúrbio de Londres
–e, como tal, dotado de todos os maneirismos, vestimentas e aspectos rudes que
definem moradores dessas regiões.
Durante uma das muitas encrencas em que costuma
se meter ao lado dos amigos inconseqüentes, Eggsy vai preso e, por um acaso,
toma conta com Harry Hart (Colin Firth saindo-se magnificamente bem seu
primeiro filme de ação) que, disposto a honrar uma dívida, resolve apadrinhar
Eggsy e lhe faz uma revelação: A de que seu pai, morto quando ainda era
criança, pertenceu na realidade a uma ordem ultra-secreta de espiões treinados
chamada Kingsman.
Orientado por Harry –cujo codinome é Galahad –e
disposto a seguir os passos do pai, Eggsy inicia seu árduo treinamento
seletivo, ao mesmo tempo em que surge um curioso vilão megalomaníaco (Samuel L.
Jackson, numa composição hilária e inspirada) pondo em prática um plano
mirabolante que ameaça a humanidade e desafia os agentes da Kingsman.
A direção de Mathew Vaughn
demonstra o mesmo senso impecável de ritmo que ele ostentou em "Kick Ass"
e "X-Men Primeira Classe" realizando uma saborosa e eletrizante
homenagem aos filmes antigos de espionagem que jamais exagera em sua
reverência: É, na realidade, um produto vibrante e moderno, agregando com
habilidade e naturalidade elementos emergentes do cinema contemporâneo (como
ultra-violência, incorreção política e peculiaridades narrativas mais modernas)
à uma premissa característica dos filmes de James Bond –funcionando quase como
uma aula de como fazer um 007 divertido, fidedigno e com qualidade.
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