Tão influente e de predicados tão universais e
atemporais é o livro “Emma”, de Jane Austen, que ele inspirou um dos filmes
adolescentes que viraram mania entre os jovens nos anos 1990: O romance
colegial “As Patricinhas de Beverly Hills”, com Alicia Silverstone, dirigido
por Amy Heckerling é declaradamente uma versão adolescente, norte-americana e
burguesa de “Emma”. Também na literatura “Emma” serviu de molde para um
sucesso: “O Diário de Bridget Jones” –mais tarde, também ele tornado filme –de
Helen Fielding era, também ele, uma versão modernizada (e nada disfarçada) de
“Emma”.
Com o interesse despertado pela fabulosa
adaptação de “Razão e Sensibilidade”, conduzida por Ang Lee, em 1995, era
questão de tempo até que “Emma” ganhasse, também ele, sua própria versão
cinematográfica.
O resultado, embora não possua a precisão e o
requinte de acabamento de "Razão e Sensibilidade", é uma obra
elegante, saborosa e competente, características que o diretor Douglas McGrath
deve em grande parte devido à escolha de Gwyneth Paltrow para o papel: Ela está
muito melhor e mais adorável aqui do que em seu oscarizado “Shakespeare
Apaixonado”.
No interior da Inglaterra, na cidade de
Highbury, a bela e juvenil Emma Woodhouse tem como principal diversão o hábito
de bancar cupido. Ela dá conselhos, elabora estratagemas e faz esforços para unir
casais e acaba criando algumas confusões devido à imprevisibilidade emotiva e
romântica dos corações humanos. Isso e mais uma série de outros contratempos
por vezes a indispõem com o Sr. Knightley (Jeremy Northam, bem mais jovial e
galante do que é sugerido no livro), um grande amigo de sua família e sempre
atento a lhe dar um puxão de orelha quando suas boas intenções extravasam o
limite do decoro ou do bom senso. Mas o quê Emma parece não se dar conta é que
há muita afetividade nesse modo do Sr. Knightley de se portar e se importar com
ela.
No decurso de seu amadurecimento existem outras
coisas que Emma irá perceber: Que por trás do amplo conhecimento nos assuntos
amorosos que ostenta para os outros, há uma jovem insegura e sozinha que teme,
ela própria, em ter de lidar com os revezes da paixão.
Embora seja um dos mais
prestigiados livros de Jane Austen, a adaptação de “Emma”, no objetivo bastante
singelo que parece buscar, passa longe de corresponder à “grande obra-prima da
escritora”, resultando numa graciosa comédia romântica de época, cujo mérito
maior é sua protagonista que comanda as cenas com graça e suavidade.
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