Lançado no mesmo ano de “Bastardos Inglórios”
–e, por uma série de motivos, menos exultante, empolgante e imprevisível que
aquele filme –este “Operação Valquíria” viu-se meio que ofuscado pela obra de
Quentin Tarantino, ainda que alguns críticos lhe tenham chamado a atenção para
suas qualidades.
Reunindo uma vez mais o diretor Bryan Singer e
o roteirista Christopher McQuarrie (que juntos realizaram o aclamado “Os
Suspeitos”) –isso sem falar no astro Tom Cruise –o filme busca fazer uma reconstituição
da famosa tentativa real de assassinar Adolf Hitler, aquela que mais próxima
chegou de se concretizar; o mesmo episódio já havia sido adaptado em diversos
outros filmes sendo o mais famoso até então o oitentista “O Plano Para Matar
Hitler”, com Brad Davis, de “O Expresso da Meia-Noite”.
A Segunda Guerra Mundial segue tensa e
conflituosa quando a narrativa do filme, já em seu princípio, trata de revelar
que existiam sim dissidentes ocultos entre os oficiais de confiança de Adolf
Hitler (David Bamber, numa recriação minimalista, mas sem muito brilho). Homens
que acreditavam que o melhor para a Alemanha seria a morte do Füher e o
encerramento daquela guerra. Um desses homens, vivido por Kenneth Brannagh, é
um oficial nazista com especialidade em explosivos, mas cujas condições
precárias das poucas bombas que consegue colocar próximas a Hitler sempre
resultam em falha de seus planos.
As chances de sucesso, dele e de outros militares
do alto escalão da Alemanha unidos na intenção de acabar com o ditador aumentam
quando conseguem aliciar para suas fileiras a liderança do Coronel Claus Von
Staunffenberg (Tom Cruise).
Oficial condecorado –e privado de um olho e da
mão direita durante um bombardeio, anos antes –Von Staunffenberg trás um
objetivo bem mais sólido e incisivo para o desamparado grupo de oposição
silenciosa ao nazismo: Não somente planejar um atentado contra a vida de Adolf
Hitler, e por um fim a guerra, mas também garantir que seja imediatamente
instaurado o protocolo da ‘operação valquíria’, um documento ao qual pouca
atenção era concedida, devido ao mito de superioridade (e de imortalidade) que
rondava Hitler, mas que vinha a presumir um caminho caso o Füher viesse a
morrer. O plano deles é instaurar um novo sistema de governo imediatamente após
a morte do Füher, segundo instrui esses documentos oficiais, e trazer a paz
propondo uma rendição aos aliados logo em seguida.
Os elementos e as
circunstâncias que cercam a execução do plano são tão arriscados e mirabolantes
quanto os pequenos detalhes que o fizeram dar errado; da mesma forma, a direção
meticulosa de Bryan Singer, o roteiro competente e o bom elenco não conseguem
contornar o fato de que o filme busca criar suspense em torno de uma trama que
todos conhecem o desfecho.
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