É, pois o grande propósito de se realizar uma
refilmagem: Repaginar um filme e aproximá-lo mais do potencial de qualidade que
não havia sido alcançado da outra vez.
E o diretor Sodenbergh compreende com profunda
perspicácia que toda essa premissa depende de charme: Cada personagem que marca
presença, cena após cena, é de um carisma desigual.
A frente de todos eles, nesse e em outros
quesitos, certamente está Danny Ocean (George Clooney tão eficaz quanto em sua
primeira colaboração com Sodenbergh, o brilhante “Irresistível Paixão”).
Recém-saído da prisão, ele chega a Las Vegas com um plano já previamente
elaborado, por meio do qual visa retribuir toda a impunidade que o gangster
Terry Benedict (Andy Garcia) exerce sobre os outros: Dele almeja roubar toda a
féria de seu cassino principal.
Para tanto, Danny Ocean conta com um grupo
extraordinário de outras dez pessoas com especialidades muito particulares: Seu
braço-direito Rusty Ryan (Brad Pitt, que consegue ombrear o carisma e a
desenvoltura superlativos de Clooney); o forte e desprendido Frank Catton (o
saudoso Bernie Mac); o hábil e inteligente Basher Tarr (Don Cheaddle); o
experiente e safo Reuben Tishkoff (Elliott Gould); o meticuloso e estrategista
Saul Bloom (Carl Reiner); os experts em tecnologia Virgil e Turk Malloy (Casey
Affleck e Scott Caan); o ágil e acrobático Yen (Qin Shaobo); o escorregadio
Livingston Bell (Eddie Jemison); e o filho de um grande aliado do passado Linus
Caldwell (Matt Damon).
A intenção de Ocean não é apenas de bancar o
Robin Hood, roubando do milionário antagonista –no processo de seu intrincado
golpe quer roubar dele também a atual companheira, Tess (Julia Roberts),
ex-esposa de Ocean.
Como se pode constatar pelos nomes citados, o
elenco que Sodenbergh reuniu para seu filme é tão, ou mais, ostensivo que o
elenco do “Onze Homens e Um Segredo” original; e ele compensa essas presenças
cintilantes dando a todos eles momentos memoráveis.
Contudo, seu grande feito é a execução do
assalto propriamente dito que ocupa os últimas e sensacionais vinte minutos de
filme: Uma aula de condução de roteiro, direção de cena e manutenção de ritmo,
onde cada tomada surpreende o expectador e cada guinada deixa um sorriso no
rosto.
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