Alguns realizadores, no início da década 2000, estavam redescobrindo o fascínio pelas produções B do passado, um tanto incentivados pelas maluquices referenciais de Quentin Tarantino e Robert Rodrigues; daí que, produzido por Roland Emmerich e Dean Devlin (responsáveis por arrasa-quarteirões pirotécnicos e dispendiosos como “Independence Day” e “Godzilla”), e dirigido pelo neo-zelandês Ellory Elkayem, foi realizado com relativamente baixo orçamento e sem maiores pretensões comerciais este “Malditas Aranhas!” que, no verão de 2002, revelou-se uma grata surpresa, além de ter a honra de apresentar ao mundo uma já crescida e sedutora Scarlett Johansson, depois de vários filmes como intérprete infantil, e pouco antes de tomar o mundo e o cinema com seu encanto em “Encontros e Desencontros”.
Scarlett vive a jovem Ashley Parker, mas os
protagonistas de fato são sua mãe Samantha Parker (a bela Kari Wührer, de
“Anaconda”), e o destrambelhado herói da vez Chris McCormick (David Arquette,
de “Pânico”).
Em retorno à cidadezinha do Arizona onde passou
sua juventude, Chris reencontra sua antiga paixão, Samantha, trabalhando como a
xerife local, equilibrando essa ocupação com a de mãe solteira da adolescente
Ashley e do pequeno gênio Mike (Scott Terra, de “Demolidor-O Homem Sem Medo”).
Esses personagens logo se defrontam com a
circunstância que centraliza o filme: Dejetos radioativos jogados nas
imediações (sempre eles!) desencadeiam uma mutação nas espécimes de aranhas
locais, tornando-as gigantescas. Assim, as criaturas que antes eram predadoras
apenas de insetos e bichos menores passam a ter os seres humanos como caça. E
na tentativa de sobrevivência que se segue da parte de toda a população, Chris
e Samantha se veem como líderes involuntários dessa comunidade em crise, onde
afloram, aqui e ali, todos os personagens clichês possíveis (que acabam sendo
eficazes apenas porque têm o embasamento do bom humor): Os jovens prepotentes e
rebeldes; a criança-prodígio que adivinha todo o plot dos monstros antes dos adultos; os políticos ricaços
indiferentes ao sofrimento das vítimas; os hilários coadjuvantes suburbanos e
muitos mais.
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