Brilhante filme de ação jamais igualado pelas continuações que se seguiram, “O Predador”, de John McTiernam, é hoje um clássico do cinema dos anos 1980. Instigante. Vertiginoso. Bem feito. As sequências, oscilantes em qualidade, sequer arranhavam sua excelência –e, para piorar, ainda fizeram um crossover (“Alien Vs Predador”) dos mais genéricos e picaretas. Contudo, em 2022, o lançamento de “Predador-A Caçada”, de Dan Trachtenberg, deu aos fãs um sopro de esperança.
Se não era um filmaço como o original, ao
menos, “A Caçada” tinha competência técnica, era bem realizado, envolvente e,
principalmente, exibia um entendimento da narrativa básica do primeiro filme
que –nem isso! –os outros filmes conseguiram ter (bem, talvez, dando um certo
desconto para “Predador 2” e “Predadores”...): O conceito de opor o grande
cerne da mitologia (os alienígenas caçadores denominados Yautjas) a um
diferenciado e desafiador adversário humano.
Compreendendo que eram as possibilidades em
torno das variadas ambientações dos novos filmes um dos grandes atrativos que a
franquia poderia ter, o diretor Dan Trachtenberg trouxe o Predador caçando uma tribo
indígena. Agora, neste mais recente projeto –não mais uma filme live-action, mas, desta vez uma
animação, formato que se explica em cenas impraticáveis para uma encenação
humana que aparecem em todos os segmentos –o diretor Dan Trachtenberg retorna
trazendo o mesmo senso de ritmo ininterrupto, a mesma concepção inteligente de
roteiro (onde a construção da tensão e da ação ganham camadas tão complexas
quanto o próprio enredo) e a compreensão (que inacreditavelmente faltou na
maioria dos realizadores dos filmes anteriores) de que o astro da produção
–aquele para o qual sempre se volta toda a atenção do público –não é nenhum
elemento humano (embora, também isso necessite, sempre, de cuidado e zelo), mas
sim o já icônico alienígena.
Dividido em três episódios, “Assassino dos
Assassinos” começa com “O Escudo”, no qual acompanhamos a guerreira viking Ursa,
no ano de 841 D.C., cuja sanha de destruição promovida por seus guerreiros tem
um único objetivo: Chegar até a Tribo Krivich, na Escandinávia, governada por
Zoran, bárbaro que, quando Ursa era ainda uma criança, matou-lhe o pai, e dele
vingar-se. Nesse percurso sangrento (até demais para os padrões que normalmente
se espera de uma animação!), Ursa e seus guerreiros –que incluem seu próprio filho
Anders –logo atrairão a atenção de um dos Predadores.
O segundo episódio se chama “A Espada” e mostra
dois irmãos, Kenji e Kiyoshi, no Japão de 1609. Renegado por seu mestre, Kenji
torna-se ninja e retorna, vinte anos mais tarde, para uma revanche contra o
Kiyoshi, que tornou-se um hábil samurai. O confronto entre os dois, entretanto,
não dura muito: Logo, os irmãos, antes inimigos, precisarão unir forças para
enfrentar um Predador que, reconhecendo em ambos as características de uma
presa formidável, deseja caçá-los.
O terceiro episódio de nome “A Bala” traz o
jovem piloto norte-americano John J. Torres, durante a Segunda Guerra Mundial,
em 1942. Negligenciado por seus superiores, ele tem a chance de voar lado a
lado de sua esquadrilha durante um combate aéreo ao identificar um inimigo ainda
mais feroz do que os kamikase
japoneses: Um Predador pilotando uma nave alienígena, também ela imbuída da
capacidade de camuflar-se dos oponentes, e que fará um massacre entre seus
companheiros.
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