segunda-feira, 30 de junho de 2025

Predador - Assassino de Assassinos


 Brilhante filme de ação jamais igualado pelas continuações que se seguiram, “O Predador”, de John McTiernam, é hoje um clássico do cinema dos anos 1980. Instigante. Vertiginoso. Bem feito. As sequências, oscilantes em qualidade, sequer arranhavam sua excelência –e, para piorar, ainda fizeram um crossover (“Alien Vs Predador”) dos mais genéricos e picaretas. Contudo, em 2022, o lançamento de “Predador-A Caçada”, de Dan Trachtenberg, deu aos fãs um sopro de esperança.

Se não era um filmaço como o original, ao menos, “A Caçada” tinha competência técnica, era bem realizado, envolvente e, principalmente, exibia um entendimento da narrativa básica do primeiro filme que –nem isso! –os outros filmes conseguiram ter (bem, talvez, dando um certo desconto para “Predador 2” e “Predadores”...): O conceito de opor o grande cerne da mitologia (os alienígenas caçadores denominados Yautjas) a um diferenciado e desafiador adversário humano.

Compreendendo que eram as possibilidades em torno das variadas ambientações dos novos filmes um dos grandes atrativos que a franquia poderia ter, o diretor Dan Trachtenberg trouxe o Predador caçando uma tribo indígena. Agora, neste mais recente projeto –não mais uma filme live-action, mas, desta vez uma animação, formato que se explica em cenas impraticáveis para uma encenação humana que aparecem em todos os segmentos –o diretor Dan Trachtenberg retorna trazendo o mesmo senso de ritmo ininterrupto, a mesma concepção inteligente de roteiro (onde a construção da tensão e da ação ganham camadas tão complexas quanto o próprio enredo) e a compreensão (que inacreditavelmente faltou na maioria dos realizadores dos filmes anteriores) de que o astro da produção –aquele para o qual sempre se volta toda a atenção do público –não é nenhum elemento humano (embora, também isso necessite, sempre, de cuidado e zelo), mas sim o já icônico alienígena.

Dividido em três episódios, “Assassino dos Assassinos” começa com “O Escudo”, no qual acompanhamos a guerreira viking Ursa, no ano de 841 D.C., cuja sanha de destruição promovida por seus guerreiros tem um único objetivo: Chegar até a Tribo Krivich, na Escandinávia, governada por Zoran, bárbaro que, quando Ursa era ainda uma criança, matou-lhe o pai, e dele vingar-se. Nesse percurso sangrento (até demais para os padrões que normalmente se espera de uma animação!), Ursa e seus guerreiros –que incluem seu próprio filho Anders –logo atrairão a atenção de um dos Predadores.

O segundo episódio se chama “A Espada” e mostra dois irmãos, Kenji e Kiyoshi, no Japão de 1609. Renegado por seu mestre, Kenji torna-se ninja e retorna, vinte anos mais tarde, para uma revanche contra o Kiyoshi, que tornou-se um hábil samurai. O confronto entre os dois, entretanto, não dura muito: Logo, os irmãos, antes inimigos, precisarão unir forças para enfrentar um Predador que, reconhecendo em ambos as características de uma presa formidável, deseja caçá-los.

O terceiro episódio de nome “A Bala” traz o jovem piloto norte-americano John J. Torres, durante a Segunda Guerra Mundial, em 1942. Negligenciado por seus superiores, ele tem a chance de voar lado a lado de sua esquadrilha durante um combate aéreo ao identificar um inimigo ainda mais feroz do que os kamikase japoneses: Um Predador pilotando uma nave alienígena, também ela imbuída da capacidade de camuflar-se dos oponentes, e que fará um massacre entre seus companheiros.

Há um quarto episódio ‘secreto’ que encerra o longa-metragem, mostrando a improvável união dos três protagonistas contra toda uma horda de Yautjas –o que planta uma série de elementos e ganchos narrativos para outras produções vindouras, ambientadas dentro desse agora fascinante universo. Desde que tragam o mesmo fulgor criativo demonstrado aqui, essas próximas realizações –sejam animações, sejam live-action –são, desde já, promissoras.

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