quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O Expresso do Amanhã

Num futuro gélido e desprovido de esperança, tudo o que restou da humanidade se encontra confinado nos vagões de um trem imenso, que segue por uma extensão igualmente imensa de trilhos cuja rota, que cruza todo o planeta, leva exatamente um ano para ser feita. 
A ordem de habitação desses vagões segue uma espécie de “cadeia alimentar”, sendo assim, os ocupantes dos últimos vagões são, por assim dizer, a escória humana: comem apenas barras nutritivas suspeitas, vivem precariamente em termos de higiene e saúde, e quanto têm filhos, eles por vezes lhes são tomados em prol dos passageiros mais afortunados dos vagões à frente. Até que, após muito planejamento, uma rebelião tem início, conduzida de forma inicialmente relutante pelo ponderado Curtis. A intenção é avançar, vagão após vagão, até por fim chegarem à locomotiva, onde dizem reside o todo poderoso e messiânico Wilford. 
Estreando no cinema norte-americano, o diretor sul-coreano Bong Joon Ho (realizador do magistral “Mother”) imprime seu inegável talento na composição deste tenso conto de ficção científica adaptado de uma graphic-novel francesa, que guarda ecos de “Expresso Para O Inferno” de Andrei Konchalovsky (e que tinha roteiro de Akira Kurosawa), mas cujas características mais palatáveis, certamente são aquelas que o aproximam da série “Mad Max”, sobretudo, seu bem sucedido registro da insanidade, e o modo como faz uma peculiar síntese da raça humana e das desigualdades sociais.
No papel de Curtis, Chris Evans mostra um louvável esforço para afastar-se de seu mais emblemático personagem (o Capitão América), cercado por um elenco de tirar o chapéu: John Hurt, Octavia Spencer, Jamie Bell, Tilda Swinton, Ed Harris e outros.

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