quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Jogos Vorazes - Em Chamas

Seis meses após ter vencido os Jogos Vorazes, Katniss Everdeen tem um novo desafio pela frente: encarar o "tour da vitória" que a levará pelos distritos de Panem, e durante o qual ela terá de encenar o romance fictício que tinha iniciado em plena arena com o jovem Peeta para que saissem vivos. Para o maquiavélico Presidente Snow tal encenação é fundamental: a própria Katniss é um símbolo vivo da iminente revolução que se desenha em Panem, e provar, em frente às câmeras que ela é subserviente à Capital, tornou-se uma necessidade urgente. Caso contrário, ele precisará livrar-se dela, valendo-se do vindouro Massacre Quaternário. 
A continuação primorosa de “Jogos Vorazes” beneficiou-se, e muito, da troca de diretores: Saiu o realizador do primeiro filme, o razoável Gary Ross, e entrou Francis Lawrence, de filmes como “Eu Sou A Lenda”, “Constantine” e “Água Para Elefantes”. Apesar de seu currículo ainda modesto, bastante inclinado para filmes comerciais pouco memoráveis, ele trouxe uma noção de ritmo mais apurada para a saga, tendo a sensatez de reproduzir a identidade visual que Ross imprimiu ao primeiro filme, deixando claro que são, a rigor, um só filme dividido em capítulos, e acrescentou um acabamento visual mais elaborado, ressaltando tudo o quê funcionou no primeiro (muita coisa) e deixando de lado aquilo que não deu certo (pouquíssimas coisas). 
A reunião de talentos para trabalhar no roteiro também foi particularmente feliz neste episódio: Os produtores chamaram dos roteiristas prestigiados e oscarizados: Simon Beaufoy (de “Quem Quer Ser Um Milionário?”), e Michael Abndt (de “Pequena Miss Sunshine”, usando aqui o pseudônimo de Michael DeBruyn). E eles souberam capturar magnificamente as importâncias de determinados momentos da narrativa, enfatizá-las e dispô-las ao longo do filme, dando um andamento primoroso (o mais bem acertado da saga até agora), o que pode ser visto como um milagre em se tratando do fato de que este é o capítulo do meio, ou seja, sem um prólogo e sem um desfecho. 
Todo esse esforço serviu para moldar um dos melhores filmes adolescentes dos últimos anos, uma saga juvenil com pinceladas de inteligência política abrilhantada pela magnífica presença da estrela Jennifer Lawrence.

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