Quero fazer uma recapitulação dessa saga, agora
que a quarta e última parte se aproxima de sua estréia nos cinemas.
Gosto muito da saga, não apenas porque sou
fascinado pela trama dos livros, ou porque ela é bem-feita de fato, mas também
porque a série onde conhecemos a personagem de Katniss Everdeen é onde o mundo
descobriu também sua intérprete, a pra lá de fantástica Jennifer Lawrence (por
mais que ela tivesse uma indicação ao Oscar pelo anterior “Inverno da
Alma”).
No futuro, Panem é a nação que outrora foi a
América do Norte. Agora controlada pela Capital e dividida em doze distritos
pobres, Panem é palco de um reality show mortal: os Jogos Vorazes. Cada ano, os
doze distritos devem sortear um casal de adolescentes a serem enviados numa
arena artificial a céu aberto onde devem lutar até que sobre só um, assistidos
por todo o país. Em meio a essa opressão, a jovem Katniss Everdeen, de 16 anos,
se oferece para tomar o lugar de sua irmã menor quando esta é sorteada. Katniss
tem a seu favor o fato de saber manusear arco e flecha –forma com a qual provia
sua família após a morte de seu pai –e a titubeante aliança do garoto Peeta.
Contra ela, porém, estão todos os outros jovens competidores, que não irão
hesitar em matar uns aos outros.
Lembro até hoje do quanto fiquei fascinado com
essa premissa muito antes de sair o filme: Quando ela ainda era somente o livro
escrito por Suzanne Collins. Enérgico, brutal e sentimental, “Jogos Vorazes”
era um sopro de ar fresco em meio às histórias tão batidas saídas de sagas
infanto-juvenis: A melhor delas, “Harry Potter” já tinha se encerrado após sete
livros (e oito filmes), e todos os que possuíam bom gosto ainda eram
assombrados por um certo “Crepúsculo”.
A promessa de “Jogos Vorazes” portanto era algo
até meio inédito: Uma saga juvenil, mas com elementos políticos e distópicos,
interessante e pertinente o suficiente para interessar a adultos também.
Pena que o filme, quando por fim foi lançado,
revelou-se mais fraco do que se supunha; algo normal em se tratando de
adaptações literárias.
A verdade era que o diretor, Gary Ross, embora
não tenha feito um trabalho ruim, foi negligente com muitos dos elementos
fundamentais do livro: Ele reduziu (para não dizer, removeu completamente!) a
história de Peeta e do pão, o que deixou sem embasamento muito das motivações do
personagem e até mesmo da própria Katniss. Alterou (ou amenizou) o
comportamento de muitos personagens, como Haymitch e Effie, e no lugar disso,
acrescentou coisas desnecessárias, como várias cenas mostrando a atuação de
Seneca Crane, como idealizador dos Jogos. Essa idéia podia até ter rendido
mais, mostrando desdobramentos da trama que a narrativa em primeira pessoa do
livro não podia mostrar, mas do modo como foi feito, todas essas cenas ficaram
simplesmente redundantes.
Por sorte, haviam muitas coisas boas: O elenco,
de modo geral, é fantástico (o quê dizer da interpretação de Jennifer Lawrence,
na medida certa para viver Katniss!), o desenho de produção é deslumbrante nos
mais diferentes aspectos e o filme conservou força suficiente da história do livro.
E as coisas estavam prestes
a melhorar (e muito) no segundo filme.
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