terça-feira, 17 de novembro de 2015

Jogos Vorazes

Quero fazer uma recapitulação dessa saga, agora que a quarta e última parte se aproxima de sua estréia nos cinemas. 
Gosto muito da saga, não apenas porque sou fascinado pela trama dos livros, ou porque ela é bem-feita de fato, mas também porque a série onde conhecemos a personagem de Katniss Everdeen é onde o mundo descobriu também sua intérprete, a pra lá de fantástica Jennifer Lawrence (por mais que ela tivesse uma indicação ao Oscar pelo anterior “Inverno da Alma”). 
No futuro, Panem é a nação que outrora foi a América do Norte. Agora controlada pela Capital e dividida em doze distritos pobres, Panem é palco de um reality show mortal: os Jogos Vorazes. Cada ano, os doze distritos devem sortear um casal de adolescentes a serem enviados numa arena artificial a céu aberto onde devem lutar até que sobre só um, assistidos por todo o país. Em meio a essa opressão, a jovem Katniss Everdeen, de 16 anos, se oferece para tomar o lugar de sua irmã menor quando esta é sorteada. Katniss tem a seu favor o fato de saber manusear arco e flecha –forma com a qual provia sua família após a morte de seu pai –e a titubeante aliança do garoto Peeta. Contra ela, porém, estão todos os outros jovens competidores, que não irão hesitar em matar uns aos outros. 
Lembro até hoje do quanto fiquei fascinado com essa premissa muito antes de sair o filme: Quando ela ainda era somente o livro escrito por Suzanne Collins. Enérgico, brutal e sentimental, “Jogos Vorazes” era um sopro de ar fresco em meio às histórias tão batidas saídas de sagas infanto-juvenis: A melhor delas, “Harry Potter” já tinha se encerrado após sete livros (e oito filmes), e todos os que possuíam bom gosto ainda eram assombrados por um certo “Crepúsculo”. 
A promessa de “Jogos Vorazes” portanto era algo até meio inédito: Uma saga juvenil, mas com elementos políticos e distópicos, interessante e pertinente o suficiente para interessar a adultos também. 
Pena que o filme, quando por fim foi lançado, revelou-se mais fraco do que se supunha; algo normal em se tratando de adaptações literárias. 
A verdade era que o diretor, Gary Ross, embora não tenha feito um trabalho ruim, foi negligente com muitos dos elementos fundamentais do livro: Ele reduziu (para não dizer, removeu completamente!) a história de Peeta e do pão, o que deixou sem embasamento muito das motivações do personagem e até mesmo da própria Katniss. Alterou (ou amenizou) o comportamento de muitos personagens, como Haymitch e Effie, e no lugar disso, acrescentou coisas desnecessárias, como várias cenas mostrando a atuação de Seneca Crane, como idealizador dos Jogos. Essa idéia podia até ter rendido mais, mostrando desdobramentos da trama que a narrativa em primeira pessoa do livro não podia mostrar, mas do modo como foi feito, todas essas cenas ficaram simplesmente redundantes. 
Por sorte, haviam muitas coisas boas: O elenco, de modo geral, é fantástico (o quê dizer da interpretação de Jennifer Lawrence, na medida certa para viver Katniss!), o desenho de produção é deslumbrante nos mais diferentes aspectos e o filme conservou força suficiente da história do livro. 
E as coisas estavam prestes a melhorar (e muito) no segundo filme.

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