Não é à toa: O filme realmente é espetacular, e merece uma resenha bem detalhada qualquer dia desses. Prosseguindo, já na década de 1980, houve uma continuação (“Superman 2”), em parte dirigida por Donner, em parte pelo diretor de plantão Richard Lester, mas que (a despeito das irregularidades) impunha-se como uma digna continuação do primeiro filme.
Richard Lester (que realizou a melhor versão até hoje de “Os Três Mosqueteiros” e sua continuação “A Vingança de Milady” que eu adoro) assumiu a função de diretor por completo no terceiro filme da série, que trazia Richard Brooks num papel coadjuvante que quase suplantava o tempo de cena de Christopher Reeve, tamanho era o equívoco de seu roteiro.
O filme seguinte, “Superman 4-Em Busca da Paz”, assumia de vez a natureza de filme B que manifestava-se já no terceiro, meio que enterrando os planos de mais filmes envolvendo o famoso herói. Foram-se alguma décadas sem tentativas de emplacar novos filmes do Superman; em parte, porque as adaptações de histórias em quadrinhos não tinham a força nas bilheterias que possuem hoje; em parte, porque era sensato presumir que seria uma bruta encrenca tentar encontrar um ator que igualasse a perfeição de Christopher Reeve no papel. Com o sucesso de “Batman” de Tim Burton, em 1989, tudo mudou e os planos de novos filmes do Superman logo surgiram.
Mas, foi necessária toda uma década até que uma
nova produção ganhasse a luz do dia: Em 2006, foi lançado “Superman-O Retorno”,
realizado por Bryan Singer, diretor dos filmes dos X-Men, e que se assumia como
continuação dos dois primeiros filmes, ignorando os acontecimentos do terceiro
e do quarto filme. Não à toa, seu protagonista, Brandon Routh, foi escolhido
devido à uma grande semelhança com Christopher Reeve. Todavia, “O Retorno”
fracassou nas bilheterias, e houveram muitos motivos para isso: O filme era
longo demais –pior, era enrolado demais! –e Bryan Singer confundiu sua adoração
pelo filme original com a necessidade de replicar cenas inteiras sob o pretexto
de fazer uma “homenagem”. O resultado, embora tivesse um ou outro admirador (e
no fim das contas até fosse um filme assistível), acabou sendo um trabalho
disperso e enfadonho.
Os estúdios da Warner
(detentores dos direitos do Superman, bem como de todos os heróis da DC Comics)
não tardaram a buscar um meio de renovar o herói para o público atual, uma vez
que a Marvel Studios passou a lançar sistematicamente um filme atrás do outro
com seus heróis, colecionando sucessos –o quê ela faz, diga-se, até hoje! Foi assim que eles recrutaram o diretor Zack Snyder (vindo de duas bem-sucedidas e artisticamente brilhantes adaptações cinematográficas de cultuadas obras em quadrinhos, “300” e “Watchmen”) para recomeçar do zero a saga do Superman, estabelecendo um marco zero para o que viria a ser um universo de super-heróis, desta vez da DC Comics, a aportar nos cinemas, além da Marvel. Surgiu então, “O Homem de Aço” lançado em 2013. Zack Snyder corajosamente abria mão da icônica trilha de John Willians para o filme de Donner, e partia do princípio, dando uma arrojada reformulação para o Superman, num enfoque bastante distinto pensado pelo roteirista (e especialista em quadrinhos) David Goyer: Oriundo do extinto planeta Krypton, o jovem Clark Kent cresce buscando esconder seus assombrosos poderes, segundo a instrução de seu pai adotivo, Jonathan. Já adulto, ele toma conhecimento de seu legado e do plano que Jor-El, seu pai biológico tinha para ele: Ser um deus entre os homens, destinado a guiar seus passos. A partir dessas duas influências paternas distintas, Clark desenvolverá uma identidade secreta (o Superman) através da qual poderá proteger a Terra, e também viver a paz de uma vida normal.
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