Dizer que Guilhermo Del Toro é um gênio sempre
me pareceu precipitado, por mais que eu tenha adorado “A Espinha do Diabo” e “O
Labirinto do Fauno”, provavelmente seus melhores trabalhos até então. Parece
sempre haver um empecilho em seus filmes, algo que os impede de atingir a
excelência.
E isso torna a acontecer em “A Colina
Escarlate”, o filme no qual Del Toro homenageia o terror gótico italiano em
geral, e o diretor Mario Bava, em particular.
Na trama, ambientada no século XIV, uma jovem
aristocrata americana cai de amores por um jovem nobre inglês. Após se casarem,
ela muda-se para sua residência, uma mansão decadente localizada em uma colina
remota, imersa numa lama vermelha como sangue, onde ele vive com sua taciturna
irmã mais velha. A medida que as noites vão se passando, a jovem presencia
estranhos e alarmantes acontecimentos enquanto vai elucidando alguns segredos
que envolvem os dois irmãos, e que podem significar uma ameaça à sua vida.
Na verdade, Del Toro faz um trabalho todo ele
referencial, remetendo aos filmes da produtora inglesa Hammer (especializada
nos filmes de terror que fizeram a alegria de sua infância) e, especialmente, à
“Queda da Casa de Usher” de Roger Corman, envolvendo tudo isso num acachapante
acabamento visual, de tal beleza que chega a oprimir a narrativa. Não obstante,
há momentos de relapso, nos quais o realizador se deixa seduzir pelos traquejos
de um gênero que ele ama incondicionalmente.
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