Em 1992, a façanha de Cristovão Colombo ao
encontrar as terras do Novo Mundo completou seus cinco séculos.
Para aproveitar tal data, naquele ano, dois
filmes lançados versavam em torno desse tema: Um, “Cristovão Colombo-A Aventura
do Descobrimento”, de John Glenn, chamava a atenção por seu elenco estelar
(tinha Marlon Brando e uma ainda iniciante Catherine Zeta-Jones) e por ter um
roteiro escrito por Mario Puzo.
Já o outro, este “1492-A Conquista do Paraíso”,
de Ridley Scott, chamava de pronto a atenção por ser um projeto grandioso e
arriscado, sem financiamento de quaisquer grandes estúdios norte-americanos –o
quê fez dele a maior produção independente da história até então.
Um diretor conhecido pela audácia de seus
projetos, Scott abraçou a megalomania inerente a este tipo de obra e concebeu
um trabalho pulsante repleto de momentos extraordinários e inspirados (como o
ataque de índios promovido à fortificação na parte final) e outros tantos
claudicantes e irregulares.
Embora ostente uma quase sempre imponente
identidade visual, o trabalho de Scott ao oscilar entre um conformismo clássico
e um ocasional arrojo estético, se revela um trabalho aquém do nível
qualitativo a que ele havia acostumado seu público: Ele vinha do sucesso de
“Thelma & Louise” e, apesar do reconhecimento por “Alien” e “Blade Runner”,
a década de 1990 representaria um período de declínio criativo que ele só viria
a superar em 2001, com “Gladiador”.
Voltemos, contudo, a este filme: Ridley Scott
nos narra a vida e o idealismo de Cristovão Colombo (Gerard Depardieu, soberbo),
filho de tecelão genovês, navegador e o notório descobridor da América, que
para singrar o mundo e provar que a Terra era redonda (!), desafiou a Coroa
Espanhola (personificada na Rainha Isabel, a Católica, vivida com classe por
Sigourney Weaver e no Tesoureiro Sanchez, interpretado astutamente por Armand
Assante) e o Vaticano (Padre Antônio de Marchena, vivida por Fernando Rey, ator
de diversos filmes de Buñuel), e acabou por descobrir um novo continente
enquanto tentava encontrar uma nova rota para as Índias, via Ocidente.
Apesar disso, ele terminou esquecido pelos nobres da época.
Ridley Scott resgata a lembrança de seu legado neste filme envolto em todas as qualidades intrínsecas dele como cineasta (visual bem trabalhado e acachapante, competente direção de atores, rigor cênico, vigor histórico narrativo), mas prejudicado por um roteiro redundante que perde força a medida que deixa o momentos vultuosos da jornada de seu protagonista para trás.
Não está entre as maiores obras de Scott, mas não é, de maneira alguma, uma produção digna de indiferença.
Apesar disso, ele terminou esquecido pelos nobres da época.
Ridley Scott resgata a lembrança de seu legado neste filme envolto em todas as qualidades intrínsecas dele como cineasta (visual bem trabalhado e acachapante, competente direção de atores, rigor cênico, vigor histórico narrativo), mas prejudicado por um roteiro redundante que perde força a medida que deixa o momentos vultuosos da jornada de seu protagonista para trás.
Não está entre as maiores obras de Scott, mas não é, de maneira alguma, uma produção digna de indiferença.
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