Na década de 2000, uma adaptação em live-action
do livro infantil de E.B. White (antes adaptado numa cultuada, porém
ultrapassada animação nos anos 1980) fazia sentido por duas razões específicas:
Na primeira, para aproveitar a mescla entre a história cativante e edificante e
os notáveis efeitos visuais que conferiam expressão aos animais (fórmula que
levou “Babe-O Porquinho Atrapalhado” a se tornar um fenômeno de público e
crítica na década anterior); e na segunda, para realizar um veículo genuíno e
válido para a mais assídua estrela-mirim de Hollywood naquele período, Dakota
Fanning –hoje, talvez o público até reconheça melhor a irmã mais nova dela, a
bela Elle Fanning.
Na história descobrimos que a menina Fern
(Dakota, cuja personagem ganha um peso maior nesta versão justamente para
enfatizar sua presença) salva o filhotinho de porco Wilbur de ser sacrificado:
Ele é o mais raquítico de uma ninhada.
Fern se compromete de cuidar e tratar dele, mas
quando as aulas se iniciam precisa deixá-lo no celeiro junto dos outros animais.
É quando a história clássica, como ela é conhecida, começa de fato: Wilbur faz
amizade com todos –entre os quais, o filme ostenta um elenco estelar de vozes
famosas como Steve Buscemi, Robert Redford, Oprah Winfrey, Kathy Bates e John
Cleese –e compartilha seu temor de virar presunto; sendo um ‘porco da
primavera’, como todos falam, ele provavelmente não chegará vivo para ver a
neve do inverno.
Entre esses animais uma em especial será
essencial para o sucesso na jornada de Wilbur: A aranha Charlotte (para quem a
voz de Julia Roberts empresta tocante sensibilidade) que dedica-se assim a
construir uma teia na qual escreve palavras específicas (“Um porco e tanto”,
“Brilhante”, “Humilde”, e assim por diante) para definir Wilbur. Tal
acontecimento é recebido com assombro pela população, mas como ocorre com toda
notícia, seu efeito passa com a lembrança, e Charlotte precisa elaborar um novo
plano para que os humanos valorizem Wilbur o suficiente a ponto de não
considerá-lo para o abate.
Uma mensagem positiva e válida para o público a
que se propõe –o infantil –cujo desfecho contém uma imprevista manobra de
tristeza que eleva suas ingênuas considerações existenciais e torna este filme
razoável e gracioso um pouquinho mais memorável.
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