Ecos de "Razão e Sensibilidade"
reverberam neste trabalho austero, ainda demasiado denso da diretora de “Um
Anjo Em Minha Mesa” (cuja protagonista, Kerry Fox, aparece aqui como a mãe da
personagem principal) e "O Piano", expondo aqui, como em todos os
seus filmes, a condição árdua da mulher numa sociedade que lhe é rude.
1808. Na Inglaterra, a jovem diletante e
estilista Funy Prawne (a versátil Abbie Cornish, de “Sucker Punch”) é
apresentada ao poeta e escritor norte-americano John Keats (Ben Wishaw, do ‘Q’
de “007-Operação Skyfall”).
Ele, pobre e vivendo quase que de favor com
outro escritor não tão talentoso, mas muito admirador de seu estilo. Ela, como
toda moça de família da época, sujeita a um casamento de conveniência com o
primeiro rapaz de dote que aparecer.
Contra todas as formalidades do período, os
dois se apaixonam, e sua relação, ainda que fugaz leva a uma das fases mais
produtivas de Keats.
Menos uma obra biográfica (Keats tem peso menor
na narrativa do que Funy) e mais um conto sobre o tormento amoroso num ambiente
opressor, o filme se apropria da verve poética de Keats para dar corpo ao seu
romance e contundência aos conceitos feministas que a diretora Jane Campion
aponta em sua obra.
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