Discussão a um só tempo interessante e
superficial sobre os meandros mesmerizantes da arte, “Moça Com Brinco de
Pérola”, em sua relevância artística, corresponde àquela conversa ocasional que
se tem com um amigo no balcão de um café: Nos argumentos dispostos pode até
haver pretensões de inteligência e de um senso de observação de fato, mas pela
simples falta de seriedade dedicada, nada mais é do que passatempo.
No século retrasado no auge de seu reconhecimento
artístico o metódico pintor holandês Veemer (Colin Firth, numa caracterização
algo cabotina) contrata como criada uma jovem de origem humilde. Logo
identifica nela uma beleza incomum e uma presença quase que magnética.
Intrigado, ele a acolhe como sua assistente particular em seu atelier e passa a
usá-la como modelo dando início a uma complexa relação de amor e atração
platônicos, que não passam despercebidos aos olhos perplexos e magoados de sua
mulher (Miranda Richardson).
Essa relação originará o quadro que é tido como
a obra-prima de Veemer, "A Moça Com Brinco de Pérola", conhecido como
a "Mona Lisa" holandesa.
A despeito do detalhe indisfarçável de que o
par central não possui muita química –e nesse sentido, os rumos austeros e
realistas tomados pela trama acabam sendo apropriados –este filme romântico de
enorme beleza visual conduzido pelo diretor Peter Webber (que depois realizaria
o também satisfatória “Hannibal-A Origem do Mal”) conta com a inebriante beleza
de Scarlett Johansonn (no mesmo ano em que foi revelada no fabuloso “Encontros
e Desencontros”), perfeita no enigmático e importante papel da criada Grete.
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