O exploitation que perdurou durante os anos 1970 e 80, em grande medida, girava em torno de uma mulher em busca de vingança; e isso não foi diferente no Japão, a terra do sol nascente, onde muitos exploitations cheios de propriedade foram realizados; até mesmo o filme depois deste do diretor Norifumi Suzuki, “A Escola da Besta Sagrada”, à sua maneira, girava em torno dessa premissa.
Elogiado por Quentin Tarantino, este “Inoshika
Ocho-Furyo Anego Den” –ou “Sexo e Fúria” título nacional tão genérico quanto
apelativo –trás elementos que viriam a pesar na filmografia do realizador em "Pulp Fiction" em geral, e em “Kill Bill” em particular. Durante a Era Meiji (que
corresponderia, no Ocidente, ao fim do Século XIX início do Século XX) uma
filha pequena é testemunha do brutal assassinato de seu pai, um velho inspetor
de polícia. Ela cresce, desejosa de vingança –e nesse processo adquire as
curvas da bela Reiko Ike –munida de poucas informações para encontrar os
responsáveis: Tudo o que ela sabe (sem que o roteiro explique muito bem o
porquê) é que os assassinos tinham, cada um, as tatuagens de um cervo, um
javali e uma borboleta.
Adotando o nome de Inoshika Ocho, ela adquire
notoriedade como jogadora de cartas, passando a ajudar as mulheres da casa onde
foi criada (aparentemente uma espécie de prostíbulo...) e um jovem chamado
Shunosuke (Masataka Naruse), também ele atrás de vingança, entretanto, por
motivos mais, digamos, idealistas –ele realmente quer ajudar as causas
políticas do Japão.
É no envolvimento de Inoshika com esse último
personagem (embora não haja romance entre eles) que as coisas entornam para a
protagonista: Ela planeja ajudar uma jovem virgem vendida a um gangster yakuza,
Iwakura (Hiroshi Nawa), como promessa feita a um amigo (também isso o roteiro
não explica muito bem...). No acordo, Inoshika deve derrotar um hábil campeão
nas cartas; caso vença, ela terá a irmã do amigo livre; caso perca, a irmã do
amigo e a própria Inoshika ficarão à mercê da depravação de Iwakura. O campeão
de jogo de cartas escolhido pelo yakuza
é outra mulher, a inglesa Christina (interpretada, com pompa de estrela, pela
sueca Christina Lindberg, do lendário “Thriller-A Cruel Picture”).
No entanto, Christina tem, ela própria, sua
sub-trama paralela: Ela fora apaixonada por Shunosuke no passado, que
abandonou-a a fim de regressar ao Japão para lutar por seus ideais. Para
reencontrá-lo, Christina tornou-se uma agente secreta, única forma de vir ao
Japão sem levantar suspeitas, e nessas condições, ela se depara com situações
em que não raro deve seduzir homens detestáveis, como seu próprio oficial
superior (para provar que ela é capaz de fazê-lo!) e um dos yakuzas –e tome cenas seguidas e
abundantes de nudez e sexo, como toca à cartilha dos exploitations de então!
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