O filme “Donnie Brasco” foi indicado ao Oscar 1998 de Melhor Roteiro Adaptado, o qual ele perdeu para “Los Angeles-Cidade Proibida”. É bastante incisiva e elegante a forma com que o roteirista Paul Attanasio expõe os meandros e códigos de conduta mafiosos a medida que vai revelando motivações e temperamentos e seus personagens nesta adaptação de um famoso livro escrito por um ex-agente do FBI que trabalhou por anos infiltrado na Máfia de Nova York,
É final da década de 1970 quando o gangster Lefty
Ruggiero (Al Pacino) acolhe o jovem joalheiro Donnie Brasco (Johnny Depp) em
meio às fileiras de seu clã mafioso. Lefty, porém, a despeito de ser veterano e
de gozar de relativo respeito entre os gangsters, não chega nem perto de ser um
dos cabeças da Família Bonanno, que exerce poderoso controle sobre o crime
organizado do Brooklyn. Ao receber Donnie e responsabilizar-se por ele, Lefty
arrisca sua própria pele diante dos inclementes chefões. No entanto, Donnie
Brasco é também o agente federal Joe Pistone, perito em infiltração cujo
objetivo é reunir o máximo possível de provas judiciais contra a Máfia.
Enquanto ocupa seu lugar na quadrilha e ganha
cada vez mais a confiança (e a amizade) de Lefty, Donnie testemunha a ascensão
do violento Sonny Black (Michael Madsen) que galga meteoricamente os degraus da
hierarquia rumo ao comando após a morte de um dos chefes. O trabalho, perigoso
por si só, compromete o casamento do agente federal com Maggie (Anne Heche),
assim como sua cada vez maior dificuldade em manter duas vidas paralelas (a de
agente infiltrado e a de pai de família) sem colidirem-se. Além disso, a
amizade genuína que acaba nutrindo por Lefty lhe coloca um dilema nas mãos;
abandonar em definitivo seu disfarce entre os mafiosos significaria colocar deliberadamente
a vida de Lefty em perigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário