quinta-feira, 26 de outubro de 2023

A Hora do Pesadelo 5 - O Maior Horror de Freddy


 Coube ao estilizado Stephen Hopkins (de “Predador 2” e “A Sombra e A Escuridão”) a tarefa de comandar o quinto “A Hora do Pesadelo” –diretor de obras onde o formato primava sobre qualquer conteúdo, Hopkins tenta uma abordagem diferenciada para o modus-operandi de Freddy Krueger que, depois de cinco filmes, já se tornava uma repetição desafiadora para novos diretores que chegavam.

Uma das protagonistas do filme anterior, a jovem Alice (Lisa Wilcox), junto de Dan (Danny Hassell), seu namorado, volta a ser importunada pela assombração dos sonhos, Freddy Krueger (Robert Englund, totalmente à vontade no papel) que acaba matando um coadjuvante após o outro, uma vez que –como toca a todo coadjuvante descrente de filmes de terror –eles não acreditam nas histórias mirabolantes e nem nas advertências que a mocinha lhes diz. Todavia, algo está errado: Desta vez, Freddy não precisa que suas vítimas estejam dormindo para materializar-se como um pesadelo mortal para Alice e para outras pessoas.

Há, no entanto, um porque: Alice se encontra grávida e, como os fetos em gestação costumam dormir a maior parte do tempo, Freddy se aproveita dos sonhos do bebê ainda não nascido –que surge como um garotinho nas visões de Alice –para atacar suas vítimas mesmo estando elas despertas.

Embora sua estrutura narrativa siga, a rigor, as mesmas características dos outros filmes (e isso, é bom lembrar, se repete na série inteira), “A Hora do Pesadelo 5” ainda assim consegue entregar algumas novidades ao público: Uma é o aprofundamento nas origens de Freddy Krueger, em conjunção com o tema esboçado da maternidade; vemos a mãe de Freddy, a freira Amanda Krueger (vivida por Beatrice Poepple, e não mais por Nam Martin que a interpretou no terceiro filme), e a forma terrível com que ela teve o filho, após se estuprada por todos os detentos de um hospital psiquiátrico (!); A outra novidade, é o senso estético diferenciado do diretor Stephen Hopkins que se afasta um pouco das ambientações usuais, como corredores soturnos de uma fábrica abandonada (embora esse cenário de fato apareça) e lança mão de locais que remetem à distorção algo psicológica do cinema expressionista e elementos pop mais inesperados (como o sonho a envolver histórias em quadrinhos).

Apesar disso, as repetições falam mais alto no cômputo geral do filme, fato que se refletiu numa bilheteria mais tímida. Os novos tempos que chegavam –o filme é de 1989 –colocavam à prova velhos dinossauros do terror como Freddy Krueger, exigindo de seus realizadores uma capacidade para se reinventar que nem todos tinham. Talvez por isso, a manobra um pouco mais radical adotada pelos produtores no filme seguinte lançado dois anos depois, em 1991, mas essa é uma outra história...

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