Coube ao estilizado Stephen Hopkins (de “Predador 2” e “A Sombra e A Escuridão”) a tarefa de comandar o quinto “A Hora do Pesadelo” –diretor de obras onde o formato primava sobre qualquer conteúdo, Hopkins tenta uma abordagem diferenciada para o modus-operandi de Freddy Krueger que, depois de cinco filmes, já se tornava uma repetição desafiadora para novos diretores que chegavam.
Uma das protagonistas do filme anterior, a jovem
Alice (Lisa Wilcox), junto de Dan (Danny Hassell), seu namorado, volta a ser
importunada pela assombração dos sonhos, Freddy Krueger (Robert Englund,
totalmente à vontade no papel) que acaba matando um coadjuvante após o outro,
uma vez que –como toca a todo coadjuvante descrente de filmes de terror –eles não
acreditam nas histórias mirabolantes e nem nas advertências que a mocinha lhes
diz. Todavia, algo está errado: Desta vez, Freddy não precisa que suas vítimas
estejam dormindo para materializar-se como um pesadelo mortal para Alice e para
outras pessoas.
Há, no entanto, um porque: Alice se encontra
grávida e, como os fetos em gestação costumam dormir a maior parte do tempo,
Freddy se aproveita dos sonhos do bebê ainda não nascido –que surge como um
garotinho nas visões de Alice –para atacar suas vítimas mesmo estando elas
despertas.
Embora sua estrutura narrativa siga, a rigor,
as mesmas características dos outros filmes (e isso, é bom lembrar, se repete na
série inteira), “A Hora do Pesadelo 5” ainda assim consegue entregar algumas
novidades ao público: Uma é o aprofundamento nas origens de Freddy Krueger, em
conjunção com o tema esboçado da maternidade; vemos a mãe de Freddy, a freira
Amanda Krueger (vivida por Beatrice Poepple, e não mais por Nam Martin que a
interpretou no terceiro filme), e a forma terrível com que ela teve o filho,
após se estuprada por todos os detentos de um hospital psiquiátrico (!); A
outra novidade, é o senso estético diferenciado do diretor Stephen Hopkins que
se afasta um pouco das ambientações usuais, como corredores soturnos de uma
fábrica abandonada (embora esse cenário de fato apareça) e lança mão de locais
que remetem à distorção algo psicológica do cinema expressionista e elementos
pop mais inesperados (como o sonho a envolver histórias em quadrinhos).
Nenhum comentário:
Postar um comentário