sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Os Indicados Ao Oscar 2025


 Na manhã de quinta-feira, foram anunciados os indicados ao maior prêmio do cinema, isso num período em que Los Angeles –sede habitual da premiação –enfrenta uma calamidade de incêndios sistemáticos em sua costa litorânea, o que alimenta o protesto de muitos que até exigem uma espécie de cancelamento da cerimônia, ou mais especificamente, uma alteração no formato normalmente pomposo da festa para uma exibição mais austera com o objetivo de arrecadar donativos para as pessoas prejudicadas pelo fogo. O próprio anúncio dos indicados foi atraso duas vezes (sua data inicial era 17 de janeiro, depois mudado para o dia 19, e agora finalmente concretizado neste 23 de janeiro de 2025).

Ainda assim, a lista de indicados nos permite vislumbrar o ano espetacular que 2024 foi para o cinema, entregando uma variedade espantosa de fantásticos trabalhos, entre os quais, uma produção brasileira que finalmente quebrou um jejum de décadas e está indicada entre algumas das principais categorias. Vamos lá:

Melhor Filme

“Anora”

“O Brutalista”

“Um Completo Desconhecido”

“Conclave”

“Duna-Parte 2”

“Emilia Pérez”

“Ainda Estou Aqui”

“Nickel Boys”

“A Substância”

“Wicked”

Melhor Direção

Sean Baker por “Anora”

Brady Cobert por “O Brutalista”

James Mangold por “Um Completo Desconhecido”

Jacques Audiard por “Emilia Pérez”

Coralie Fargeat por “A Substância”

Embora sejam dez indicados na categoria de Melhor Filme (incluindo a inédita presença do brasileiro “Ainda Estou Aqui”), pode-se dizer que os Melhores Filmes do Ano de fato (e que constariam entre os indicados caso o número de vagas ainda fosse restrito à cinco como antigamente), são aqueles que surgem na categoria de melhor Direção –entretanto, sobram objeções para a presença de “Emília Pérez” (que, embora venha sendo bem aceito nos EUA, coleciona críticas e reprovações em todo o resto do mundo). Aliás, “Emília Pérez” assim como “O Brutalista”, (justamente os dois maiores favoritos) veem sofrendo uma polêmica recente onde profissionais acusam ambas as produções de lançar mão do uso de Inteligência Artificial, o que pode enfraquecer suas campanhas, algo que pode perfeitamente beneficiar o primoroso “Anora”, de Sean Baker.

Melhor Ator

Adrien Brody, por “O Brutalista”

Timothée Chalamet, por “Um Completo Desconhecido”

Colman Domingo, por “Sing Sing”

Ralph Fiennes, por “Conclave”

Sebastian Stan, por “O Aprendiz”

Melhor Atriz

Cynthia Erivo, de “Wicked”

Karla Sofía Gascón, de “Emilia Pérez”

Mikey Madison, por “Anora”

Demi Moore, por “A Substância

Fernanda Torres, por “Ainda Estou Aqui”

Se por um lado a categoria de Melhor Ator traz Adrien Brody como um favorito isolado e sem concorrentes mais fortes, a de Melhor Atriz, por outro, está disputadíssima: Entre as melhores atuações do ano, a maravilhosa Mikey Madison compete diretamente com a favorita Demi Moore (que ganhou muitos pontos com seu discurso emotivo no Golden Globe, mas ainda é uma incógnita já que a Academia não aprecia filmes de terror), assim como seguem firme na disputa Cynthia Erivo (num desempenho que predominou em todas as premiações do ano) e Karla Sofia Gascón (cuja agressiva e eficiente campanha da Netflix destaca o fato de ser a primeira atriz trans a concorrer ao prêmio). Nessa competição, a brasileira Fernanda Torres surge com chances bastante reais de trazer o Oscar para o Brasil, visto que ela conquistou o prêmio de Atriz Dramática no Golden Globe e vem fazendo uma campanha bastante sólida nos EUA.

Melhor Ator Coadjuvante

Yura Borisov, por “Anora”

Kieran Culkin, “A Verdadeira Dor”

Edward Norton, “Um Completo Desconhecido”

Guy Pearce, de “O Brutalista”

Jeremy Strong, de “O Aprendiz”

Melhor Atriz Coadjuvante

Monica Barbaro, por “Um Completo Desconhecido”

Ariana Grande, por “Wicked”

Felicity Jones, por “O Brutalista”

Isabella Rossellini, por “Conclave”

Zoe Saldaña, por “Emilia Pérez”

Sempre as categorias mais fáceis de serem antecipadas –e a tendência desta temporada parece imitar a das anteriores –os Coadjuvantes seguem firme com seus favoritos bem definidos: Dificilmente o Oscar vai escapar das mãos de Kieran Culkin no caso dos Atores (ainda que eu tenha ficado feliz com a indicação inesperada de Yura Borisov), e de Zoe Saldaña, no caso das Atrizes (talvez, o único prêmio que “Emília Pérez” deve conquistar sem suscitar controvérsias).

Melhor Figurino

“Um Completo Desconhecido”

“Conclave”

“Gladiador II”

“Nosferatu”

“Wicked”

Melhor Cabelo e Maquiagem

“Um Homem Diferente”

“Emilia Pérez”

“Nosferatu”

“A Substância”

“Wicked”

Melhor Trilha Sonora Original

“O Brutalista”

“Conclave”

“Emilia Pérez”

“Wicked”

“Robô Selvagem”

Melhor Design de Produção

“O Brutalista”

“Conclave”

“Duna-Parte 2”

“Nosferatu”

“Wicked”

Melhor Edição

“Anora”

“O Brutalista”

“Conclave”

“Emilia Pérez”

“Wicked”

Melhor Som

“Um Completo Desconhecido”

“Duna-Parte 2”

“Emilia Pérez”

“Wicked”

“Robô Selvagem”

Melhores Efeitos Visuais

Alien-Romulus

“Better Man”

“Duna-Parte 2”

Planeta dos Macacos-O Reinado

“Wicked”

Melhor Fotografia

“O Brutalista”

“Duna-Parte 2”

“Emilia Pérez”

“Maria Callas”

“Nosferatu”

As categorias técnicas, de modo geral, refletem as lembranças dos votantes em “Duna-Parte 2” (certamente o favorito para Efeitos Visuais), em “Wicked” (onde ele obteve sua soberania em número de indicações”), em “Nosferatu”, e em “Gladiador II” (mais lembrado por estrear num período do ano propício para a lembrança dos membros da Academia), além também do completo esquecimento de “Furiosa-Uma Saga Mad Max”, tecnicamente perfeito (e digno de constar entre muitas das categorias), mas também um dos grandes fracassos do ano.

Melhor Filme Internacional

“Ainda Estou Aqui” (Brasil)

“The Girl with the Needle” (Polônia)

“Emilia Pérez” (França)

“The Seed of the Sacred Fig” (Irã)

“Flow” (Letônia)

Melhor Animação

“Flow”

Divertida Mente 2

“Memoir of a Snail”

“Wallace e Gromit-Avengança”

“O Robô Selvagem”

A indicação na categoria de Filme Internacional fecha a coroação de “Ainda Estou Aqui”, lembrado em três das mais importantes categorias do Oscar (em 2004, “Cidade de Deus” obteve quatro indicações, mas em categorias menores: Direção, Roteiro Adaptado, Fotografia e Montagem). Seu grande concorrente é certamente o onipresente “Emília Pérez”, seguido de perto pelo elogiado “The Seed of The Sacred Fig” e até mesmo pela fascinante animação “Flow” que chega fortíssima em Melhor Animação, roubando o favoritismo de “Robô Selvagem”.

Melhor Curta-Metragem em Live-Action

“A Lien”

“Anuja”

“I’m Not a Robot”

“The Last Ranger”

“The Man Who Could Not Remain Silent”

Melhor Animação em Curta-Metragem

“Beautiful Men”

“In the Shadow of the Cypress”

“Magic Candies”

“Wander to Wonder”

“Yuck!”

Melhor Roteiro Adaptado

“Um Completo Desconhecido”

“Conclave”

“Emilia Pérez”

“Nickel Boys”

“Sing Sing”

Melhor Roteiro original

“Anora”

“O Brutalista”

“A Verdadeira Dor”

“Setembro 5”

“A Substância”

Melhor Canção Original

“El Mal”, de “Emilia Pérez”

“The Journey”, de “The Six Triple Eight”

“Like a Bird”, de “Sing Sing”

“Mi Camino”, de “Emilia Pérez”

“Never Too Late”, de “Elton John-Never Too Late”

Melhor Documentário

“Black Box Diaries”

“No Other Land”

“Porcelain War”

“Soundtrack to A Coup D’Etat”

“Sugarcane”

Melhor Documentário de Curta-Metragem

“Death By Numbers”

“I am Ready, Warden”

“Incident”

“Instruments of a Beating Heart”

“The Only Girl in the Orchestra”

É isso aí, saberemos quem serão os vencedores (e se o Brasil vai, enfim, conseguir um tão aguardado Oscar) na noite do dia 2 de março, quando forem anunciados os ganhadores durante a cerimônia.

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