Após a compra do Estúdio da 20th Century Fox pela Disney, eventualmente, toda a propriedade intelectual passou a pertencer à casa do Mickey Mouse, logo, era questão de tempo que surgissem novas versões de diversas franquias famosas vindas da Fox. E uma delas vem a ser, claro, “O Planeta dos Macacos”.
Inicialmente surgido no fim da década de 1960,
com o filme clássico estrelado por Charlton Heston –e que a reboque trouxe
várias outras produções, cada uma minguante em qualidade –a “Saga Planeta dos
Macacos” se estendeu por diversos filmes ao longo da década de 1970, chegando à
culminar numa série de TV e noutra de animação. Entretanto, em 2011, a saga foi
revivida (sem contar com o longa de 2001, dirigido por Tim Burton, sem qualquer
relação com os filmes antigos ou os novos): “Planeta dos Macacos-A Origem”
retrocedia no tempo para vislumbrar a ascensão dos macacos enquanto espécie
inteligente (liderados pelo primeiro símio consciente, o chipanzé criado pelos
humanos Cesar) em paralelo à regressão da raça humana à estágios mais
primitivos da fala e da inteligência. A saga prosseguiu sob a direção de Matt
Reeves no ótimo “Planeta dos Macacos-O Confronto” e se encerrou em 2017, numa
obra-prima do cinema moderno chamada “Planeta dos Macacos-A Guerra”; uma
questão a envolver essa trilogia era que, se o grande chamariz de ordem técnica
dos filmes antigos era o apelo de sua espantosa maquiagem a transformar um
elenco humano em macacos, desta vez, a tecnologia de ponta fazia sua diferença –a
nova trilogia trazia macacos hiper-realistas gerados por computação gráfica
através da captura de performance, e para tanto, a presença do ator
especializado nessa nova tecnologia, Andy Serkis, como o protagonista Cesar,
era crucial.
Com essa trilogia consagrada e finalizada de
forma tão redondinha (e desta vez, sem Andy Serkis e sem Matt Reeves) poucos
eram os que especulavam um novo recomeço assim tão cedo, mas, o diretor Wes
Ball (da “Trilogia Maze Runner”) teve seu projeto de uma retomada de “Planeta
dos Macacos” aprovado pela Disney que produziu o filme sob o novo selo 20th Century Studios. Dando continuidade
ao desfecho da nova trilogia –a cena inicial é ainda durante o cortejo fúnebre
de Cesar –“O Reinado” começa de fato num salto temporal para o futuro (“Muitas
gerações depois” diz a legenda) e encontramos uma comunidade de macacos
inteligentes vivendo em circunstâncias feudais, desenvolvendo a habilidade de
adestrar pássaros. Lá, vive Noah (personificado pelos movimentos do ator Owen
Teague, de “It-A Coisa”) um jovem macaco ciente do mistério em torno do perigo
que espreita para além de suas fronteiras. Os humanos, vistos por eles como
animais selvagens e primitivos que servem apenas para roubar as montarias, são
chamados Ecos, e deles nada se espera a não ser selvageria e grunhidos. Contudo,
numa noite um ataque acaba chegando ao povoado de Noah, porém, na forma de
outros macacos –afirmando serem seguidores de Cesar (de quem Noah e seu clã
nunca ouviram falar), os macacos invasores têm uma vaga noção superior de
tecnologia e valem-se disso para subjugar e escravizar o grupo de Noah, numa
distorção do discurso pacifista promovido por Cesar décadas ou talvez até
séculos antes.
Deixado para trás para morrer, Noah procura ir
ao encalço dos captores de seu clã e, nesse percurso, encontra-se com o
orangotango Raka (Peter Macon), este sim um verdadeiro e sensato seguidor dos
preceitos de Cesar. Os dois acabam se deparando com a humana May (a carismática
Freya Allan, da série “The Witcher”) que em princípio aparenta ser só mais um
indivíduo da manada pré-histórica de humanos com os quais eles se acostumaram,
mas que, em dado momento sensacional da trama, revela uma grande surpresa.
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