Após o lançamento de "O Retorno de
Jedi", em 1983, houve uma época em que acreditou-se que nunca mais haveria
um novo "Star Wars". Esse período negro comportou mais ou menos o ano
de 1986 até quase o final dos anos 1990. Mas, ao fim daquela década os fâs
puderam se animar novamente: Após conferir a evolução dos efeitos especiais
(perceptível especialmente no prodigioso "Jurassic Park"), evolução
essa que ele próprio ajudou a proporcionar, George Lucas resolveu voltar à sua
saga, retornando ao passado para contar o que seria o início da trama -que é
sempre bom lembrar, ele iniciou no Episódio 4 -com a qual ele mesmo
revolucionou o cinema em 1977.
Em 1999, chegava então aos cinemas "A Ameaça
Fantasma", embalada por cenas de encher os olhos e que, verdade seja dita,
à época, reuniu multidões no cinema.
Todavia, apesar da empolgação, e de momentos
genuinamente legais, "A Ameaça Fantasma" trazia uma incomoda aura de
perfeição. O jovem ator que fazia Anakin Skywalker era ruim. A trama enrolava
na maior parte do tempo. O personagem digital de Jar Jar Binks era irritante e
insuportável (e aparecia durante quase o filme todo!), e as coisas boas (o
vilão Darth Maul; o jovem Obi Wan Kenobi de Ewan McGregor; Natalie Portman)
apareciam, ao menos nesse primeiro filme, por pouco tempo em cena.
George Lucas havia criado, acima de tudo, um
prato cheio para os detratores de sua saga intergaláctica.
No distante planeta Naboo, frotas hostis
representando uma auto-intitulada "Associação", fazem um cerco ao
planeta, o que exige a presença de dois cavaleiros Jedi (o jovem Obi-Wan Kenobi
e seu mestre, Qi-Gon), para que intercedam em favor da paz e da justiça. Tudo
sai errado com uma declaração de guerra seguida por um fuga audaciosa da Rainha
Padme Amidala do planeta junto dos Jedis. Eles vão todos parar no distante
Tatooine, onde encontram ajuda no garotinho escravo Anaquin Skywalker. Logo,
Qi-Gon, fascinado com o potencial do garoto o levará ao planeta Coruscant,
local do conselho Jedi, obcecado com a idéia de fazer dele seu aprendiz.
Diz a lenda que o próprio George Lucas não
queria dirigir esse filme: Ele teria procurado Spielberg, e até Ron Howard para
oferecer-lhes a direção, mas ouviu de todos a mesma resposta; "Este é um
filme que tem que ser feito por você!"
Eles não podiam estar mais
enganados. Os vintes e poucos anos (desde o primeiro "StarWars", de
1977) em que Lucas ficou sem sentar na cadeira de diretor fizeram uma enorme
diferença neste trabalho, minando muito da qualidade que este filme poderia ter
tido. Ele empalidece ainda mais, por exemplo, se compararmos com recente
"O Despertar da Força", com a criteriosa direção de J.J. Abrahams.
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