terça-feira, 26 de abril de 2016

Capitão América - O Soldado Invernal

Vinda de uma sucessão bastante impressionante de sucessos de crítica e de bilheteria, a Marvel Studios, assim como o público, via uma incógnita em “Capitão América-O Soldado Invernal”.
A razão era de natureza humana: Como membro mais íntegro dos vingadores, o Capitão América corria o risco de ser visto como um personagem de valores antiquados pelos acelerados e desprendidos expectadores de blockbusters atuais, tão afeitos aos anti-heróis da moda. Afinal de contas, o primeiro filme do Capitão América, que funcionou às mil maravilhas, era, ele próprio, ambientado na Segunda Guerra Mundial, contextualizando assim todas as características “à moda antiga” do herói: Era um filme de época.
Na sequência, o Capitão funcionou também no filme dos Vingadores, já arremessado para os dias de hoje, mas ali, ele era um membro de toda uma equipe, numa trama que balanceava as diferenças e idiossincrasias uns dos outros (afinal, lá estavam também o Hulk e o Thor, só para citar alguns exemplos).
O segundo filme era, portanto, o primeiro no qual Steve Rogers seria o protagonista de um trama inteiramente passada nos tempos atuais.
Para a empreitada, a Marvel ainda fez uma escolha curiosa: os irmãos diretores Anthony e Joe Russo, cujo filme mais conhecido era a mediana comédia “Dois é Bom, Três É Demais”.
Era, de certa forma, um risco. Como eles fariam, afinal de contas, um personagem como o Capitão América soar relevante e interessante em uma época tão cínica como a nossa?
A genial resposta que eles deram em “Capitão América-O Soldado Invernal” era: Não mudando absolutamente nada!
Explica-se: Num longa-metragem realizado nos moldes dos bons filmes de espionagem, onde não se podia confiar em praticamente ninguém, a presença de um protagonista transparente e íntegro como o Capitão América acabava sendo a âncora perfeita na qual a platéia podia se segurar.
E que filmaço de espionagem eles fizeram!
Trabalhando como um agente de campo da S.H.I.E.L.D. em Washington depois dos acontecimentos ocorridos em “Os Vingadores”, Steve Rogers caminha a passos largos para elucidar uma conspiração após um atentado à vida do diretor Nick Fury. O quê ele descobrirá é inclusive de nível pessoal: A Hidra, organização criada pelo Caveira Vermelha, está inflitrada na S.H.I.E.L.D. e um de seus mais preciosos operativos vem a ser o Soldado Invernal, identidade secreta de seu grande amigo Bucky, que ele considerava morto.
Revelando uma solidez narrativa das mais surpreendentes, os Irmãos Russo enfatizaram todos os aspectos que já sabiam funcionar: A atuação certeira de Chris Evans como Capitão América, sua química com Scarlett  Johansson (que aliás é uma das melhores coisas do filme!), e a diversidade e sinergia do Universo Marvel Cinematográfico.
Eles também deram uma contribuição inestimável: Um tom sombrio acachapante, um enfoque mais realista, fazendo do Capitão América uma espécie de “Jason Bourne da Marvel”, e ainda trouxeram para o elenco a presença mais do que significativa de Robert Redford.
O resultado é o melhor filme da Marvel Studios até então, e um longa de super-heróis que rivaliza em pé de igualdade, com qualidade e mérito com aquele considerado a melhor adaptação de HQ do cinema, o também realista “Batman-O Cavaleiro das Trevas”. 

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