A Marvel Studios foi só cuidados quando moldou
as versões cinematográficas de seus personagens; um dos mais complicados era
certamente Thor, uma vez que ele representava também a introdução de todo um
contexto mitológico e fantástico em contraponto à tecnologia que definia a
essência do Homem de Ferro, o único personagem até então a ganhar, não um, mas
dois filmes.
Foi com muita perspicácia que a Marvel agradou
fãs e críticos fazendo a inusitada escolha do ator Kenneth Brannagh para
dirigir este filme.
Famoso pela opulência e suntuosidade de suas
adaptações de Shakespeare para as telas de cinema (como “Henrique V” e
“Hamlet”), Brannagh adotou uma postura um pouco similar em sua abordagem para o
mundo fantasioso de Asgard: Havia necessidade de uma percepção teatral,
imprescindivelmente artística, para fazer com que um mundo novo (e os
personagens que nele habitavam) não soasse fora de contexto.
Filho do todo poderoso Odin (Anthony Hopkins),
senhor de Asgard, Thor (Chris Hemsworth, uma ótima escolha), o deus do trovão
não se contenta em herdar o trono de seu pai. Ele quer também provar seu valor
como guerreiro, no que é encorajado por seu meio-irmão Loki (Tom Hiddleston,
sensacional no papel), o deus da trapaça. Suas artimanhas levam Thor a desobedecer
Odin e, no atrito entre pai e filho, Thor é exilado no planeta Terra, sem
poderes, sem seu martelo, Mjolnir, e sem permissão para retornar a Asgard. Aqui
na Terra, entretanto, Thor aprenderá a humildade, o valor da vida, e outras
lições (incluindo o amor por uma terráquea, a astrônoma Jane Foster, vivida por
Natalie Portman, recém-saída de “Cisne Negro”) que uma vez mais o tornarão
digno de seu vasto poder.
É uma adaptação requintada
e descontraída de um personagem da Marvel que termina por representar outras
facetas do Universo Marvel que, vale lembrar, ainda estava criando corpo
naquela época (meados de 2011). Na cronologia de histórias do estúdio, este
filme é antecedido por “Homem de Ferro 2” (com o qual a trama se interliga
graças à sua cena pós-crédito e ao personagem do Agente Coulson) e sucedido
pelo primeiro filme solo do Capitão América –ambos já traziam pistas bastante
significativas a respeito da trama do ainda vindouro filme que viria a reunir
os Vingadores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário