quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Thor

A Marvel Studios foi só cuidados quando moldou as versões cinematográficas de seus personagens; um dos mais complicados era certamente Thor, uma vez que ele representava também a introdução de todo um contexto mitológico e fantástico em contraponto à tecnologia que definia a essência do Homem de Ferro, o único personagem até então a ganhar, não um, mas dois filmes.
Foi com muita perspicácia que a Marvel agradou fãs e críticos fazendo a inusitada escolha do ator Kenneth Brannagh para dirigir este filme.
Famoso pela opulência e suntuosidade de suas adaptações de Shakespeare para as telas de cinema (como “Henrique V” e “Hamlet”), Brannagh adotou uma postura um pouco similar em sua abordagem para o mundo fantasioso de Asgard: Havia necessidade de uma percepção teatral, imprescindivelmente artística, para fazer com que um mundo novo (e os personagens que nele habitavam) não soasse fora de contexto.
Filho do todo poderoso Odin (Anthony Hopkins), senhor de Asgard, Thor (Chris Hemsworth, uma ótima escolha), o deus do trovão não se contenta em herdar o trono de seu pai. Ele quer também provar seu valor como guerreiro, no que é encorajado por seu meio-irmão Loki (Tom Hiddleston, sensacional no papel), o deus da trapaça. Suas artimanhas levam Thor a desobedecer Odin e, no atrito entre pai e filho, Thor é exilado no planeta Terra, sem poderes, sem seu martelo, Mjolnir, e sem permissão para retornar a Asgard. Aqui na Terra, entretanto, Thor aprenderá a humildade, o valor da vida, e outras lições (incluindo o amor por uma terráquea, a astrônoma Jane Foster, vivida por Natalie Portman, recém-saída de “Cisne Negro”) que uma vez mais o tornarão digno de seu vasto poder.
É uma adaptação requintada e descontraída de um personagem da Marvel que termina por representar outras facetas do Universo Marvel que, vale lembrar, ainda estava criando corpo naquela época (meados de 2011). Na cronologia de histórias do estúdio, este filme é antecedido por “Homem de Ferro 2” (com o qual a trama se interliga graças à sua cena pós-crédito e ao personagem do Agente Coulson) e sucedido pelo primeiro filme solo do Capitão América –ambos já traziam pistas bastante significativas a respeito da trama do ainda vindouro filme que viria a reunir os Vingadores.

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