quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Homem de Ferro 3

Jon Favreau, o diretor dos dois primeiros filmes do Homem de Ferro sentia-se esgotado em lidar por tanto tempo com aquele mesmo material –e seu cansaço na condução de “Homem de Ferro 2” é particularmente visível.
Tendo ele então recusado a direção do terceiro filme de Tony Stark, e antes disso, também recusado a direção do filmes dos Vingadores, a Marvel Studios foi em busca de um novo diretor (essa prática passou a ser bastante benéfica para o estúdio e suas produções, não deixando que um mesmo diretor se sobrecarregasse com sucessivos filmes).
Foi o astro Robert Downey Jr. quem interveio, sugerindo para o cargo seu grande amigo Shane Black, realizador do ótimo “Beijos e Tiros”, provavelmente a obra inicial do retorno de Downey Jr. ao estrelato.
Também ator (participou de “O Predador”), além de conceituado roteirista (criou a premissa e escreveu o roteiro dos dois primeiros filmes da série “Máquina Mortífera”), Shane Black contribuiu com seu senso de espetáculo, seu humor pontual e seu gosto por ramificações rocambolescas na trama, proporcionando ao personagem de Tony Stark um filme interessante que dá continuidade aos eventos de "Os Vingadores", mas que gerou uma controvérsia entre o público. Certamente, a maior dentre todos os filmes da Marvel: Os expectadores basicamente se dividem entre aqueles que o consideraram ótimo, tão bom quando os filmes anteriores, e aqueles que repudiaram completamente as escolhas (polêmicas é bem verdade) da história, cujas reviravoltas mostram-se desafiadoras no que tange a alguns elementos canônicos dos quadrinhos, além do humor afiado, incisivo e constante que fizeram muitos imaginar que este era um filme que não se levava a sério –e isso é tema para infindáveis debates.
Quando “Homem de Ferro 3” começa, portanto, Tony Stark (Downey Jr como sempre dando o seu melhor), o Homem de Ferro em pessoa, goza de seu status de celebridade na Costa Oeste após a Batalha de Nova York –ocorrida na segunda metade de “Vingadores” –torná-lo  famoso no mundo inteiro, junto com os outros heróis. Enquanto mantém um relacionamento relativamente sólido com Peper Potts (Gwyneth Paltrow), Tony lida, ao seu jeito, com o stress pós-traumático provocado por aquele conflito: Constrói novas armaduras sem parar!
Já, seu melhor amigo, James Rhodes (o ótimo Don Cheadle), que em “Homem de Ferro 2” assumiu a alcunha de Máquina de Combate, segue atuando agora como Patriota de Ferro. Entretanto, quando um certo Aldrich Killian (Guy Pearce) aparece, Tony começa a suspeitar de seu envolvimento em uma série de atentados relacionados a uma droga experimental, a Extremis, e que levam diretamente a um terrorista disposto a ameaçar a vida do próprio presidente dos EUA: o misterioso Mandarim (Ben Kingsley, numa atuação soberba).
Gozando do privilégio de ser o primeiro filme a iniciar a "fase 2" da Marvel Studios, ou seja, todos os planos envolvendo o Universo Marvel após o estrondoso filme dos Vingadores, “Homem de Ferro 3” foi audacioso nos rumos inventivos que buscou dar para personagens já estabelecidos –ao mesmo tempo que ele reinventou por completo o celebradíssimo arco “Extremis”, dos quadrinhos, o roteiro não se intimidou de subverter a lógica e a origem do vilão Mandarim (um personagem muito aguardado pelos fãs), dando a ele um background metalingüístico inesperado (para não dizer desconcertante!) que chocou o público, frustrando alguns expectadores e surpreendendo outros tantos.
O filme de Shane Black também mostra audácia na maneira com que amarra pontas soltas dos filmes anteriores do Homem de Ferro, firmando-se como um “final de trilogia” –ainda que todos sabiam, a trajetória de Tony Stark não tenha se acabado.
O mais controverso filme da Marvel Studios, o sarcástico e espetacular “Homem de Ferro 3” mostrou, pelo menos, que o estúdio tinha muita lenha pra queimar, mesmo depois de “Vingadores”.

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