segunda-feira, 27 de março de 2017

Drácula de Bram Stoker

“Eu Atravessei oceanos de tempo para encontrar você!”
Vlad Dracul (Gary Oldman, sucinto e exuberante em cena), nobre romeno e guerreiro dos Cárpatos do Século XV volta de sangrentas campanhas pela Europa Medieval após anos de ausência de seu lar. Diante do equívoco de que ele havia morrido, sua amada Elizabetha (então personificada pela jovem Winona Ryder) suicidara-se. Indignado com a crueldade do destino, Dracul renega Deus e seus desígnios, tornando-se assim uma criatura sobrenatural, um vampiro. Um paria à condição humana e, por isso mesmo, imortal. Condenado a viver para sempre da escuridão da noite e da necessidade pulsante e irracional de sangue. Os séculos transcorrem até a era vitoriana quando o Conde Dracul, que oscila entre a forma cadavérica de um velho centenário, um ser bestial meio humano meio morcego, e um homem sobrenaturalmente jovem, reencontra aquela que ele acredita ser a reencarnação de Elizabetha, na forma de Myna (mais uma vez Winona Ryder, particularmente linda), a então noiva de seu jovem corretor de imóveis, Jonathan Harker (Keanu Reeves, mais perdido que cego em tiroteio).
Incapaz de expressar seus anseios senão pela crueldade de um predador, Dracul –ou Drácula –sitia Jonathan em seu longínquo castelo, onde ele se torna refém das três “noivas do vampiro” (entre elas, uma Monica Bellucci jovem e em inicio de carreira), enquanto parte para a Inglaterra onde converte Lucy (Sadie Frost), a melhor amiga de Mina, numa criatura da noite, e enreda a própria Mina num jogo perigoso de sedução sobrenatural.
Entretanto, em seu caminho surge um estudioso das criaturas da noite conhecidas como “nosferatu”, o culto e astuto Professor Gabriel Van Helsing (Anthony Hopkins, recém-saído de “O Silêncio dos Inocentes” dando um registro desigual e maníaco a um personagem antes tratado com heroísmo).
Rebuscado, esplendoroso, estilizado.
Um roteiro (de James Hart) inteiramente debruçado sobre os meandros emocionais dilacerantes do romance de Bram Stoker –e, por isso mesmo, quase convertido numa trágica história de amor de megalomaníacas conseqüências sobrenaturais. Concebido como cinema do mais alto nível, esta adaptação de Francis Ford Coppola abre mão de ser um filme de terror para ser uma obra única.

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