“Eu Atravessei oceanos de tempo para encontrar
você!”
Vlad Dracul (Gary Oldman, sucinto e exuberante
em cena), nobre romeno e guerreiro dos Cárpatos do Século XV volta de
sangrentas campanhas pela Europa Medieval após anos de ausência de seu lar. Diante
do equívoco de que ele havia morrido, sua amada Elizabetha (então personificada
pela jovem Winona Ryder) suicidara-se. Indignado com a crueldade do destino,
Dracul renega Deus e seus desígnios, tornando-se assim uma criatura
sobrenatural, um vampiro. Um paria à condição humana e, por isso mesmo,
imortal. Condenado a viver para sempre da escuridão da noite e da necessidade
pulsante e irracional de sangue. Os séculos transcorrem até a era vitoriana
quando o Conde Dracul, que oscila entre a forma cadavérica de um velho
centenário, um ser bestial meio humano meio morcego, e um homem
sobrenaturalmente jovem, reencontra aquela que ele acredita ser a reencarnação
de Elizabetha, na forma de Myna (mais uma vez Winona Ryder, particularmente
linda), a então noiva de seu jovem corretor de imóveis, Jonathan Harker (Keanu
Reeves, mais perdido que cego em tiroteio).
Incapaz de expressar seus anseios senão pela
crueldade de um predador, Dracul –ou Drácula –sitia Jonathan em seu longínquo
castelo, onde ele se torna refém das três “noivas do vampiro” (entre elas, uma
Monica Bellucci jovem e em inicio de carreira), enquanto parte para a
Inglaterra onde converte Lucy (Sadie Frost), a melhor amiga de Mina, numa
criatura da noite, e enreda a própria Mina num jogo perigoso de sedução
sobrenatural.
Entretanto, em seu caminho surge um estudioso
das criaturas da noite conhecidas como “nosferatu”, o culto e astuto Professor
Gabriel Van Helsing (Anthony Hopkins, recém-saído de “O Silêncio dos Inocentes”
dando um registro desigual e maníaco a um personagem antes tratado com heroísmo).
Rebuscado, esplendoroso, estilizado.
Um roteiro (de James Hart)
inteiramente debruçado sobre os meandros emocionais dilacerantes do romance de
Bram Stoker –e, por isso mesmo, quase convertido numa trágica história de amor
de megalomaníacas conseqüências sobrenaturais. Concebido como cinema do mais
alto nível, esta adaptação de Francis Ford Coppola abre mão de ser um filme de
terror para ser uma obra única.
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