“O primeiro amor é um doce desespero...”
Certamente, não haveria de ser fácil capturar,
mesmo que na fugacidade da tela de cinema, o fascínio provocado por Marilyn
Monroe, na ausência dela própria que partiu de nosso mundo e descansa em paz
desde 1962.
Os produtores deste sensível trabalho
–inspirado num fragmento real da vida de Marilyn –foram imensamente felizes ao
confiar no talento da jovem Michelle Willians que, embora na vida real não se
pareça de forma alguma com a estrela, conseguiu, em cena, captar todos os sesu
trejeitos, a sua exuberância e uma característica geralmente indefinível que a
acompanha, e que responde por grande parte do charme deste projeto.
Em 1957, com apenas 23 anos, o jovem inglês
Colin Clark (Eddie Redmayne, administrando adequadamente o acanhamento e a
impetuosidade do personagem) consegue um emprego como diretor assistente na
produtora de Lawrence Olivier (Kenneth Brannagh) às vésperas das filmagens de
"O Príncipe e A Corista" que trazia dos EUA a estrela americana
Marilyn Monroe (Willians).
Em meio às filmagens, marcadas pela conturbada
personalidade da atriz, o jovem torna-se seu amigo e confidente, e por ela se
apaixona.
É deveras impressionante ver a composição de
Michelle Willians como uma Marilyn Monroe avoada, complicada, carente e
problemática –e no final das contas, apaixonante. Felizmente, porém, o filme
não é só dela. Brilhante também está Kenneth Brannagh, magistral como um
Lawrence Olivier comprometido com sua arte, perplexo pelas complicações de sua
estrela e, no fim, profundamente inspirado por ela mesma.
“Eu tentei mudá-la, mas ela continuou
brilhante, apesar de mim.”
Um filme sobre as
aspirações e inspirações da arte, sobre os sempre saborosos bastidores do
cinema e suas divertidas histórias ocultas, e sobre o desabrochar de novas
experiências que, quase sempre confluem em emoções poderosas –que o diga o
jovem Colin que, pelo menos durante um curto período de tempo teve, em seus braços,
uma deusa como Marilyn Monroe.
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