segunda-feira, 24 de abril de 2017

Sete Dias Com Marilyn

“O primeiro amor é um doce desespero...”
Certamente, não haveria de ser fácil capturar, mesmo que na fugacidade da tela de cinema, o fascínio provocado por Marilyn Monroe, na ausência dela própria que partiu de nosso mundo e descansa em paz desde 1962.
Os produtores deste sensível trabalho –inspirado num fragmento real da vida de Marilyn –foram imensamente felizes ao confiar no talento da jovem Michelle Willians que, embora na vida real não se pareça de forma alguma com a estrela, conseguiu, em cena, captar todos os sesu trejeitos, a sua exuberância e uma característica geralmente indefinível que a acompanha, e que responde por grande parte do charme deste projeto.
Em 1957, com apenas 23 anos, o jovem inglês Colin Clark (Eddie Redmayne, administrando adequadamente o acanhamento e a impetuosidade do personagem) consegue um emprego como diretor assistente na produtora de Lawrence Olivier (Kenneth Brannagh) às vésperas das filmagens de "O Príncipe e A Corista" que trazia dos EUA a estrela americana Marilyn Monroe (Willians).
Em meio às filmagens, marcadas pela conturbada personalidade da atriz, o jovem torna-se seu amigo e confidente, e por ela se apaixona.
É deveras impressionante ver a composição de Michelle Willians como uma Marilyn Monroe avoada, complicada, carente e problemática –e no final das contas, apaixonante. Felizmente, porém, o filme não é só dela. Brilhante também está Kenneth Brannagh, magistral como um Lawrence Olivier comprometido com sua arte, perplexo pelas complicações de sua estrela e, no fim, profundamente inspirado por ela mesma.
“Eu tentei mudá-la, mas ela continuou brilhante, apesar de mim.”
Um filme sobre as aspirações e inspirações da arte, sobre os sempre saborosos bastidores do cinema e suas divertidas histórias ocultas, e sobre o desabrochar de novas experiências que, quase sempre confluem em emoções poderosas –que o diga o jovem Colin que, pelo menos durante um curto período de tempo teve, em seus braços, uma deusa como Marilyn Monroe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário