Livremente baseado nos livros “The Marvelous Land of Oz” e “Ozma of Oz”, este “O Mundo Fantástico de Oz”, lançado em 1985 e dirigido por Walter Murch (diretor de som de “Star Wars” e montador de “O Paciente Inglês”) ousou dar continuidade ao clássico “O Mágico de Oz”, quarenta e seis anos depois do filme original. Numa característica que remete curiosamente algumas obras infanto-juvenis daquela década de 1980 de então –e que, à sua maneira, estavam um pouco presentes no clássico de 1939 –o filme de Walter Murch potencializa de forma quase alarmante o teor macabro, obscuro e profundamente fatalista que já se anunciava no filme de Victor Fleming, transformando as continuações das aventuras da menina Dorothy (uma ainda jovem Fairuza Balk, ocupando o lugar de Judy Garland com alguma propriedade) numa sucessão de desventuras sombrias e cruéis –muito do filme, sobretudo, sua primeira parte, acaba lembrando bastante o pouco usual “Sucker Punch-Mundo Surreal”, de Zack Snyder.
É nesse entrecho que vemos Dorothy ser levada à
uma clínica por sua tia Em (Piper Laurie, de “Carrie-A Estranha”) que acredita
serem alucinações as histórias que sua sobrinha não para de contar envolvendo o
Espantalho, o Homem de Lata e o Leão Covarde, bem como todos os eventos
ocorridos em Oz. O médico propõe uma terapia de choque da qual Dorothy escapa
devido à uma tempestade que lhe permite fugir do lugar e ao auxílio de uma
garota loira misteriosa (Emma Ridley).
Assim, acompanhada da galinha Billina –e não
mais do cãozinho Totó –Dorothy retorna para Oz e lá encontra tudo de pernas
para o ar: A estrada de tijolos amarelos foi destruída e na Cidade Esmeralda,
agora em ruínas, prevalece um clima de desolação trazido por seu mais recente
governante o impiedoso Rei Nome (Nicol Williamson que, num recurso similar ao
do filme de 1939, interpreta também o médico da clínica, equacionando
personagens em Oz e no ‘mundo real’). Na ausência de seus antigos amigos (o
Espantalho foi sequestrado enquanto o Homem de Lata e o Leão Covarde foram
convertidos em pedra!), Dorothy arruma novos aliados com características
igualmente peculiares: O robótico Tik-Tok (voz de Sean Barrett, de “Labirinto-A Magia do Tempo”) e o estranhamente medonho Jack Pumpkinhead (voz de Brian
Henson).
Ao lado deles, ela busca escapar do castelo da
vilanesca Princesa Mombi –uma personagem capaz de alternar entre dezenas de
diferentes cabeças (!), mas que adota, na maior parte do tempo, as feições da
atriz Jean Marsh (de “A Troca” e “Willow-Na Terra da Magia”) –e seguir em uma
viagem rumo ao país do Rei Nome, onde o Espantalho estaria aprisionado a fim de
salvá-lo e também recuperar os preciosos sapatinhos de rubi que pertenceram à
Dorothy e que trazem um grande poder mágico capaz de colocar todas as coisas de
volta aos seus devidos lugares, assim como a benevolente Princesa Ozma (também
vivida por Emma Ridley, a mesma garota da cena no hospital) de volta ao trono
da Cidade Esmeralda.
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