quinta-feira, 21 de junho de 2018

Operação Red Sparrow


Quando foi lançado nos cinemas, “Operação Red Sparrow” sofreu inevitáveis comparações com “Atômica”, mas, embora a premissa de espionagem européia centrada numa notável protagonista tenha similaridades, as suas diferenças são mais contundentes –sobretudo, na postura da direção que em “Atômica” aponta para um filme de ação e em “Red Sparrow” para um suspense erótico.
A trama, sobre uma jovem engolida por um mundo de segredos e meias-verdades, tem mais relação com “Nikita”, de Luc Besson, e o recente (e brilhante) “A Vilã”.
Dominika Egorova (Jennifer Lawrence, sem qual o filme não seria nem uma sombra do que é) tem seus sonhos como bailarina prestigiada do Balé Bolshoi destruídos num acidente que lhe quebra a perna, deixando-a incapaz de cuidar da mãe debilitada (Joely Richardson).
Seu tio, membro do Departamento de Defesa Russo (Matthias Schoenaerts, de “Ferrugem & Osso”) surge com uma insidiosa alternativa: Participar de uma operação que culmina na morte de um traidor do governo russo.
Sem opção –já que testemunhou uma ação da mais alta confidenciabilidade –Dominika tem de integrar um pesado treinamento de agentes russos conhecidos como sparrows: Jovens treinados para seduzir com sua beleza, e desestabilizar psicologicamente com sua astúcia os alvos escolhidos.
Dominika se destaca no treinamento a ponto de ser recrutada para uma invasão de suma importância: Seduzir o agente americano Nate Nash (Joel Edgerton) e obter dele a identidade do misterioso Mable, o informante soviético que tem fornecido segredos aos EUA.
Bastante feliz em recriar o clima de ambiguidade moral que cercas as ações da heroína presente no livro de Jason Matthews, o filme é realizado pelo mesmo Francis Lawrence que dirigiu Jennifer nas três ótimas sequências de “Jogos Vorazes”. É muito impressionante da parte dela, enquanto estrela famosa e premiada, o quanto ela continua ousando na escolha de seus projetos; intercalando o magnífico e polêmico “Mãe!” com este thriller de espionagem que, se não atinge os mesmos picos de qualidade cinematográfica, exige dela as cenas de nudez e sexo mais ousadas e intensas de sua carreira até então.
Haverá quem diga que, em sua linguagem convencional, seu drama bucólico e sua tensão genérica, “Operação red Sparrow” vale exclusivamente por causa disso.

Um comentário:

  1. Red Sparrow acaba sendo um filme “anti-Rússia”, que tem os ideais americanos sendo, como muito bem dito, os ideais. Ademais, o espírito é mesmo do de longas com temática de Guerra Fria, mesmo se passando em tempos contemporâneos; um problema anacrônico. Quando leio que um filme será baseado em fatos reais, automaticamente chama a minha atenção, eu amo os filmes baseados em livros, adoro ver como os adaptam para a tela grande. Particularmente It - A Coisa, esse filme foi uma surpresa pra mim, já que apesar dos seus dilemas é uma historia de horror que segue a nova escola, utilizando elementos clássicos. Com protagonistas sólidos e um roteiro diferente.

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