A cerimônia de entrega do Oscar 2021 refletiu o ano atípico que 2020 foi (e que 2021 segue sendo...): Pandemia; cinemas fechados, filmagens interrompidas. Com a carência que filmes realmente diversos chegando ao circuito comercial, as premiações em geral, e o Oscar em particular, tiveram de contentar-se com um seleto número de obras de qualidade que conseguiram emergir desse cenário pouco produtivo –grande parte delas, oriundas da Netflix e de outras plataformas de streaming, onde o lançamento e o acesso ao público não foi prejudicado como o do cinema.
Embora a seleção de indicados deste ano tenha
trazido filmes de qualidade, poucos deles arrebataram o público o suficiente
para empolgá-lo, não à toa, o vencedor da noite foi o aclamado “Nomadland” que
trazia a pecha de ‘favorito ao Oscar’ desde sua premiação no Festival de
Veneza, proporcionando à Chloé Zhao um histórico Oscar de Melhor Direção –é a
segunda vez na história do cinema em que o Oscar de Melhor Direção vai para uma
mulher, antes disso, somente Kathryn Bigelow obteve tal honraria com “Guerra AoTerror”.
Não se pode dizer, contudo, que foi uma noite
destituída de surpresas, em especial, nas categorias de intérpretes principais,
onde o favoritismo de Viola Davis e do saudoso Chadwick Boseman (ambos por “A
Voz Suprema do Blues”) foi posto de lado para premiar Frances McDormand, por “Nomadland”
(vencendo seu terceiro Oscar de Melhor Atriz, agora bem próxima de igualar o
recorde de Katharine Hepburn, com quatro estatuetas!), e o veterano Anthony
Hopkins, por sua comovente entrega em “Meu Pai” (vinte e nove anos depois dele
ter ganhado o prêmio por “O Silêncio dos Inocentes”).
Foi uma noite bastante democrática –praticamente todos os filmes saíram com um ou dois prêmios, incluindo os de Melhor Ator Coadjuvante para Daniel Kaluuya de “Judas e O Messias Negro” e Melhor Atriz Coadjuvante para a veterana Yuh-Jung Youn, de “Minari” –e espantosamente enxuta e emotiva: Distribuída em diferentes auditórios (alguns em outros países!), respeitando as normas de distanciamento social na medida do possível, despida de apresentações mais elaboradas (o que deu à esse Oscar um dinamismo que costuma lembrar mais as cerimônias do Globo de Ouro) e permeada do início ao fim por um forte discurso envolvendo inclusão e representatividade, a cerimônia do Oscar 2021 refletiu as mudanças e transtornos do novo mundo em que vivemos, revelando-se conciliatória e sábia ao trocar a amargura predominante nos discursos corriqueiros por uma celebração válida e necessária ao cinema e à vida.
MELHOR
FILME
"Nomadland"
MELHOR
DIREÇÃO
"Nomadland", Chloé Zhao
MELHOR
ATRIZ
Frances McDormand, "Nomadland"
MELHOR
ATOR
Anthony Hopkins, "Meu Pai"
MELHOR
ATRIZ COADJUVANTE
Yuh-Jung Youn, "Minari"
MELHOR
ATOR COADJUVANTE
Daniel Kaluuya, "Judas e O Messias Negro"
MELHOR
FOTOGRAFIA
"Mank"
MELHOR
DOCUMENTÁRIO EM LONGA-METRAGEM
"Professor Polvo"
MELHOR
DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
"Collete"
MELHOR
FILME ESTRANGEIRO
"Druk-Mais Uma Rodada" (Dinamarca)
MELHORES
EFEITOS VISUAIS
"Tenet"
MELHOR
CABELO E MAQUIAGEM
"A Voz Suprema do Blues"
MELHOR
FIGURINO
"A Voz Suprema do Blues"
MELHOR
SOM
"O Som do Silêncio"
MELHOR
DESIGNER DE PRODUÇÃO
"Mank"
MELHOR
TRILHA SONORA ORIGINAL
“Soul"
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
"Fight For You", de "Judas e O Messias Negro"
MELHOR
ROTEIRO ORIGINAL
"Bela Vingança"
MELHOR
ROTEIRO ADAPTADO
"Meu Pai"
MELHOR
ANIMAÇÃO
"Soul"
MELHOR
CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
"Se Algo Acontecer... Te Amo"
MELHOR
MONTAGEM
"O Som do Silêncio"
MELHOR
CURTA-METRAGEM
"Two Distant Strangers”
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