Há uma quebra de paradigma promovida pela Marvel Studios na minissérie “Invasão Secreta” –uma pena que essa quebra não tivesse se refletido em aumento de qualidade para o material: Adaptado de um aclamado arco em forma de saga nos quadrinhos, “Invasão Secreta” prometia emoções impactantes aos fãs. Como nas HQs, a Terra seria palco de uma silenciosa infiltração dos alienígenas transmorfos skrulls cujo plano seria o de usarem de suas habilidades para assumir, sem que os personagens principais (e o próprio público) soubessem, o lugar de algumas figuras conhecidas da Marvel, alguns deles, ocupando importante papel de influência junto ao governo norte-americano, promovendo assim uma série de mau-entendidos diplomáticos e conflitos governamentais que levariam à guerra e à extinção da Humanidade. Também, finalmente veríamos o magnífico Samuel L. Jackson e seu personagem, o agente Nick Fury, assumindo um papel protagonista que ele andava merecendo desde, pelo menos, sua aparição em “Vingadores”.
Ao menos, uma dessas promessas se cumpriu: De
fato, é Nick Fury o grande personagem principal aqui, infelizmente, ele surge
combalido, desanimado, desmotivado e, durante muito tempo, incapaz de se
equiparar ao grande espião que havia sido antes, fruto das desilusões
experimentadas pelos revezes das últimas décadas, incluindo o ‘Blip’ promovido
por Thanos em “Vingadores-Guerra Infinita” –os realizadores, devem ter julgado
que seria um diferencial interessante explorar uma faceta mais decadente de um
personagem conhecido por sua astúcia, entretanto, do modo como é mostrado
insistentemente na série, esse aspecto do personagem nunca soa válido dentro da
narrativa servindo mais para engessá-la do que para torná-la melhor. Nesse
sentido, é infinitamente mais vibrante prestar atenção na personagem de Olivia
Colman, Sonya Falsworth, que surpreende o expectador e alguns dos personagens
ao seu redor sempre que aparece, ao mostrar-se um passo afrente de todos os
demais –uma característica que outrora pertenceu à Nick Fury.
“Invasão Secreta” tem início quando alguns
agentes aleatórios da CIA conseguem identificar um skrull infiltrado entre agentes de campo que deveriam ser
supostamente bem informados: Morto por Maria Hill (Colbie Smulders) e pelo skrull aliado Talos (Ben Mendhelson), o skrull espião havia assumido a
identidade do Ag. Everett Ross (Martin Freeman) –a última vez em que vimos o
que seria o verdadeiro Ross, ele estava, na verdade, refugiado em Wakanda, após
os eventos de “Pantera Negra-Wakanda Para Sempre”. Isso traz Nick Fury de volta
à Terra, interrompendo um auto-exílio que, sabemos, já ocorreu há anos –pois,
pelo menos, o Nick Fury de “Homem-Aranha Longe de Casa” sabemos ter sido
‘personificado’ por Talos. Esses agentes identificaram um problema preocupante:
Os skrulls, agora não mais liderados
por Talos, mas por um jovem líder extremista chamado Gravik (Kingsley Ben-Adir,
de “Barbie”) desejam usar de operativos disfarçados em cargos fundamentais nos
governos dos EUA e do Reino Unido para fomentar uma série de ataques que
levarão os Estados Unidos e a Rússia à Terceira Guerra Mundial, aniquilando a
Humanidade e deixando o planeta livre para a ocupação skrull. Não somente isso, mas, como logo fica evidente em episódios
posteriores, Gravik também quer garantir-se quanto à eventual interferência dos
grandes super-heróis do panteão da Marvel –embora estranhamente nenhum deles
jamais dê as caras nesta minissérie... –adquirindo vestígios genéticos de
alguns vingadores e levando seus soldados à ganhar seus poderes, convertendo-os
em superskrulls!
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