A segunda parte da "trilogia do anel"
chegou aos cinemas um ano depois da primeira, desta vez, com a missão de manter
o extratosférico nível de qualidade mantido por "A Sociedade do
Anel".
Em grande parte, ele atingiu seu objetivo:
"As Duas Torres" é uma experiência cinematográfica poderosa, onde as
três horas que se seguem são tão habilmente preenchidas por sequências
memoráveis que não há, absolutamente, o quê falar dele.
Mas, há sim, o quê se falar...
Talvez, seja o fato de ser o capítulo do meio
(e, por conseguinte, não ter um início e nem ter um fim), mas a narrativa, pela
primeira e talvez única vez em toda a saga sofre uma ligeira pressão no segundo
terço -e é sabido que, devido à decisão de jogar muitos dos acontecimentos
pertinentes ao livro para o terceiro filme, os roteiristas Phillipa Boyens,
Fran Walsh e o próprio Peter Jackson, tiveram que criar material original que preenchesse
a duração e não deixasse este filme não destoante em relação aos dois outros.
Na verdade, era uma decisão antiga que afetou
este filme do meio: Quando levou a ambiciosa proposta de adaptar "O Senhor
dos Anéis" à produtora New Line, oito anos antes, a ideia de Jackson e sua
turma era simplificar as coisas adaptando toda a trilogia em dois filmes. Foram
os próprios produtores quem sugeriram manter o formato original de trilogia,
obringando-os a rever os roteiros que já estavam prontos.
O resultado trouxe ligeira irregularidade à
este "As Duas Torres", embora isso não importe em nada: Comparado com
qualquer outro filme, este daqui permanece sendo uma das obras mais bem
acabadas do cinema, o quê só confirma o quão elevado foi o padrão de qualidade
adotado para a trilogia.
Na trama, acompanhamos agora várias narrativas
paralelas a partir do destino dos personagens que vimos se desenhar no filme
anterior: Frodo e Sam, cada vez mais embrenhados no território de Sauron
precisam contar com a traiçoeira ajuda de Gollum para chegar ao seu destino,
mas ele almeja o anel mais do que qualquer coisa; Aragorn, junto do elfo
Legolas e do anão Gimli, encontram os cavaleiros do reino de Rohan, e também
uma crescente ameaça ao reino dos homens -a Batalha do Abismo de Helm, assim
sendo, se aproxima lentamente; enquanto isso, os hobbits Merry e Pipin se vêem
numa tremenda enrascada envolvendo o centenário ent, Barbárvore.
Em meio à uma interminável
sucessão de momentos sensacionais, destaca-se a atuação digital de Andy Serkis
como Gollum: Nada menos que inovadora!
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