domingo, 17 de abril de 2016

Batman Begins

Cada filme da trilogia do Cavaleiro das Trevas baseava sua história num elemento diferente, representado de uma certa forma no antagonista que o Batman enfrenta ao longo da trama. Uma das muitas sacadas geniais de Christopher Nolan ao longo dos três filmes.
No inaugural “Batman Begins”, o tema é o medo. O medo de ver seus pais sendo mortos por um bandido, ainda criança, e de ficar preso a essa lembrança para sempre. E medo é aquilo que, mais tarde, Bruce Wayne (Christian Bale, excelente) almeja incutir nos criminosos de Gothan usando assim o Batman. Não a toa, seus vilões aqui são o Espantalho (interpretado por Cillian Murphy, cujo poder é gerar o medo através de seu gás alucinógeno), e Rhas Al-Gul (Liam Neeson, ou Ken Watanabe, depende do enfoque...), um terrorista (!) e que, a propósito, serve como fonte para as plantas que provêm ao Espantalho sua arma secreta.
É fácil admirar a maestria com que Nolan conduziu essa reinvenção do Homem-Morcego, o quê talvez não seja tão fácil, é perceber que não foi algo simples chegar até ela.
Naquele ano, 2005, já contavam oito anos que o personagem tinha ganhado o que é considerado por unanimidade como o seu pior filme (e um dos piores filmes já realizados de todo o cinema!), o psicodélico, inadequado e inconveniente “Batman & Robin” de Joel Schumacher. O medo do estúdio em fazer outra bobagem só não era maior que o medo de perder o imenso lucro que um personagem como Batman proporcionou no passado, e assim, carregados de cautela, chamaram Christopher Nolan, recém-saído da aclamação por dois longa-metragens pouco usuais e primorosos: Os neo-noir “Amnésia” e “Insônia”.

Amparado num conceito de realismo (que, a rigor, sempre definiu sua filmografia) e munido de um elenco espetacular (Michael Caine, Morgan Freeman, Gary Oldman, além dos já citados), ele deu início à criação de uma trilogia ímpar tida por muitos como o auge da tradução de uma história em quadrinhos para o cinema.

Nenhum comentário:

Postar um comentário