Foram anunciados ontem (dia 13) os indicados pela Imprensa Estrangeira ao Globo de Ouro, um dos mais importantes prêmios da temporada de premiações. Como sempre, disponibilizo aqui os indicados nas categorias de cinema:
MELHOR FILME - DRAMA
Belfast
CODA: No Ritmo do Coração
Duna
King Richard: Criando Campeãs
Ataque dos Cães
MELHOR DIREÇÃO
Kenneth Branagh, Belfast
Jane Campion, Ataque dos Cães
Maggie Gyllenhaal, A Filha Perdida
Steven Spielberg, Amor, Sublime Amor
Denis Villeneuve, Duna
As chances de “Duna”, de Denis Villeneuve, brilhar são grandes, visto que seus concorrentes (com exceção de “Belfast”) são obras que não chegaram a suscitar tanto apelo. Na categoria de direção, contudo, a formidável ficção científica de Villeneuve se choca com o outro grande trabalho cinematográfico do ano: O aclamado musical de Steven Spielberg. Destaque também para a presença de duas mulheres entre os diretores; a veterana Jane Campion (de “O Piano”) de volta após 12 anos sem entregar um trabalho em cinema; e a atriz Maggie Gyllenhaal, surpreendendo em sua estréia como diretora.
MELHOR FILME - COMÉDIA/MUSICAL
Cyrano
Não Olhe Para Cima
Licorice Pizza
Tick, Tick... Boom!
Amor, Sublime Amor
A verdadeira briga de titãs. “Cyrano” e “Licorice Pizza” veem abrilhantados com a aclamação da crítica, mas “Amor Sublime Amor”, de Spielberg, em especial, tem se revelado um rolo compressor nas premiações: Praticamente todos estão ovacionando o musical do mesmo realizador de “O Resgate do Soldado Ryan”. Ainda assim, seus concorrentes como a sátira política e científica “Não Olhe Para Cima” e o brilhante “Tick, Tick... Boom!” não devem ser menosprezados e podem impressionar.
MELHOR ROTEIRO EM FILME
Paul Thomas Anderson, Licorice Pizza
Kenneth Branagh, Belfast
Jane Campion, Ataque dos Cães
Adam McKay, Não Olhe para Cima
Aaron Sorkin, Being the Ricardos
MELHOR ATOR EM FILME - DRAMA
Mahershala Ali, Swan Song
Javier Bardem, Being the Ricardos
Benedict Cumberbatch, Ataque dos Cães
Will Smith, King Richard: Criando Campeãs
Denzel Washington, A tragédia de Macbeth
MELHOR ATRIZ EM FILME - DRAMA
Jessica Chastain, The Eyes of Tammy Faye
Olivia Colman, A Filha Perdida
Nicole Kidman, Being the Ricardos
Lady Gaga, Casa Gucci
Kristen Stewart, Spencer
A obra de Aaron Sorkis, o tão aguardado “Being The Ricardos” terminou sendo lembrada nestas três categorias, o que sinaliza que será com as indicações mesmo que ele deverá se contentar –ao menos no Globo de Ouro. É também curioso notar que esperado filme dos Irmãos Coen, “A Tragédia de Macbeth” recebeu somente a indicação de ator dramático para Denzel Washington, e o tão cotado “Casa Gucci”, de Ridley Scott, foi lembrado apenas com a nomeação de atriz dramática para Lady Gaga. Descontando essas nomeações dispersas com cara de ‘prêmio de consolação’, o favoritismo paira ligeiramente sobre Benedict Cumberbach, por “Ataque dos Cães” (um dos filmes com maior número de indicações) e –pasmem! –sobre Kristen Stewart, que vem surpreendendo muita gente que seu desempenho irretocável como Princesa Diana na obra de Pablo Larraín.
MELHOR ATOR EM FILME - COMÉDIA/MUSICAL
Leonardo DiCaprio, Não Olhe Para Cima
Peter Dinklage, Cyrano
Andrew Garfield, Tick, Tick... Boom!
Cooper Hoffman, Licorice Pizza
Anthony Ramos, Em Um Bairro em Nova York
Há algo de particularmente sensacional na escalação do sempre magnífico Peter Dinklage para viver Cyrano de Bergerac, dando um viés diferenciado à famosa e trágica farsa romântica; ele tem pela frente a competição de Andrew Garfield, uma das grandes atuações do ano, e o sempre bem-quisto Leonardo Dicaprio numa produção à qual a Netflix depositou todas as suas fichas.
MELHOR ATRIZ EM FILME - COMÉDIA/MUSICAL
Marion Cotillard, Annette
Alana Haim, Licorice Pizza
Jennifer Lawrence, Não Olhe Para Cima
Emma Stone, Cruella
Rachel Zegler, Amor, Sublime Amor
Rachel Zegler vem sendo apontada como a grande revelação do filme de Steven Spielberg, recebendo a aclamação inclusive que nem mesmo Natalie Wood recebeu interpretando a mesma personagem no “Amor Sublime Amor” de 1962, mas a briga pelo prêmio de atriz dramática parece opor um trabalho essencialmente comercial (“Cruella”, com Emma Stone, bastante inesperado), a um incontornavelmente alternativo (“Licorine Pizza”, com Alan Haim) e um terceiro que curiosamente mescla (ou tenta) essas duas vertentes (“Não Olhe Para Cima”, com Jennifer Lawrence). Correndo por fora, Marion Cotillard, que vez ou outra surpreende, com um elogiado filme falado em francês.
MELHOR ATOR COADJUVANTE EM FILME
Ben Affleck, The Tender Bar
Jamie Dornan, Belfast
Ciarán Hinds, Belfast
Troy Kotsur, No Ritmo do Coração
Kodi Smit-McPhee, Ataque dos Cães
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM FILME
Caitriona Balfe, Belfast
Ariana DeBose, Amor, Sublime Amor
Kirsten Dunst, Ataque dos Cães
Aunjanue Ellis, King Richard: Criando Campeãs
Ruth Negga, Identidade
As categorias de coadjuvantes trazem algumas surpresas como Ben Affleck (segundo consta, em um de seus melhores momentos) e Jamie Dornan (deixando para trás a sombra de “Cinquenta Tons de Cinza”); inclusive, seu filme, “Belfast” pode sair agraciado bem aqui, como Ator Coadjuvante, seja por ele ou por seu colega de cena o veterano (e excelente) Ciarán Hinds. Entre as atrizes, “Belfast” também marca presença com a maravilhosa Caitriona Balfe (vista também em “Ford Vs Ferrari”), mas a competição é dura: Ali está Kirsten Dunst (uma atriz que tem melhorado ainda mais com o tempo) e a favorita Ariana DeBose, encantando a crítica com uma interpretação vulcânica da mesma personagem pela qual a veterana Rita Moreno já levara o mesmo prêmio há setenta anos atrás! Irá a mágica se repetir?
MELHOR TRILHA SONORA EM FILME
Alexandre Desplat, A Crônica Francesa
Germaine Franco, Encanto
Jonny Greenwood, Ataque dos Cães
Alberto Iglesias, Madres Paralelas
Hans Zimmer, Duna
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL EM FILME
"Be Alive" - Beyoncé (King Richard:
Criando Campeãs)
"Dos Oruguitas" - Sebastian Yatra
(Encanto)
"Down to Joy" - Van Morrison
(Belfast)
"Here I Am (Singin' My Way Home)" -
Jennifer Hudson (Respect)
"No Time to Die" - Billie Eilish (007 - Sem Tempo Para Morrer)
É na categoria de trilha sonora (e somente nela!) que surge um dos filmes até então muito alardeados para a temporada de premiações, o desigual e autoral “A Crônica Francesa”, de Wes Anderson. Mas, é possível que as chances do trabalho de Anderson se multipliquem no Oscar uma vez que (a exemplo de seu “O Grande Hotel Budapeste”) o filme tem inúmeros predicados técnicos a serem lembrados em outras categorias que o Globo de Ouro não tem –o mesmo vale para o fenomenal “Duna” que, penso eu, deve se sair ainda melhor! Já, na categoria de canção original é bem provável que, por falta de um concorrente mais memorável, o prêmio acabe indo para último “007” a encerrar a prestigiada fase de Daniel Craig no papel de James Bond –se bem que uma das animações da Disney está lá competindo...
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
Compartment Number 6
Drive My Car
A Mão de Deus
A Hero
Madres Paralelas
MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
Encanto
Flee
Luca
My Sunny Maad
Raya e o Último Dragão
E por falar nas animações da Disney; nada menos do que três delas (todas, exclusivas da plataforma Disney Plus) marcam presença na categoria de animação, sendo “Luca”, o trabalho que representa a excelência da Pixar e, por isso mesmo, a grande favorita. A categoria de filme estrangeiro, uma das mais mornas, parece oferecer poucas alternativas que não a vitória de Pedro Almodóvar mais uma vez; e ele vem ainda por cima com uma obra elogiadíssima, onde volta a se encontrar com uma de suas mais reluzentes musas, a fabulosa Penelope Cruz.
Os vencedores, e portanto aqueles que terão mais chances a conquistar o careca dourado, serão anunciados na noite do dia 9 de janeiro de 2022.
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