Existem momentos que definem as cerimônias do Oscar. A vitória inesquecível de “Parasita” em 2020. O vexame entre “La La Land” e “Moonlight” em 2017. A derrota de Tom Hanks para Robert Benigni e de Fernanda Montenegro para Gwyneth Paltrow em 1999. A cerimônia de 2022, queira ou não, será para sempre marcada pelo tapa dado pelo astro Will Smith na cara do apresentador da categoria de Melhor Documentário, Chris Rock, devido a uma piada deste com a cabeça rasgada de sua esposa, Jada Pinkett-Smith, que por sua vez, sobre de alopecia. Entre comentários de apoio e outros de repudio à agressão, que logo brotaram na internet, Will Smith ganhou, logo depois, o prêmio de Melhor Ator, por “King Richard”, e em meio a um discurso cheio de emoção, pediu desculpas à Academia de Artes Cinematográficas.
A premiação em si não trouxe maiores surpresas,
obedecendo a tendência das últimas semanas, a menos que alguém tenha se
surpreendido com o fato de “Ataque dos Cães”, com 12 indicações, ter saído com
apenas um prêmio, o de Melhor Direção para Jane Campion (o que a torna a
terceira mulher a vencer o prêmio da história, consecutivamente em relação à
segunda que foi Chloe Zhao, no ano passado), quem acompanhou a temporada de
premiações pôde perceber um repentino favorecimento à “No Ritmo do Coração”, em
especial, no SAG Awards, o grande termômetro do Oscar, algo que terminou se
concretizando.
A categoria de Melhor Atriz, a mais incerta de
todas, premiou Jessica Chastain, após anos de excelentes trabalhos e merecidas
indicações –incluindo “A Hora Mais Escura” onde deveria ter ganhado mas não
ganhou –por “Os Olhos de Tammy Faye”, um filme cuja qualidade divide opiniões,
e que levou também o prêmio de Melhor Maquiagem e Cabelo, uma curiosa
dobradinha (Melhor Atriz e Melhor Maquiagem) repetida pelo Oscar com “Piaf-Um Hino Ao Amor” em 2008 e “A Dama de Ferro” em 2011.
Entre os coadjuvantes, tivemos uma bem-vinda
vitória de Ariana DeBose, levando o único prêmio para o deslumbrante “Amor
Sublime Amor”, de Spielberg –ganhando um Oscar pela mesma personagem que deu o
Oscar à Rita Moreno em 1961! –e a emocionante conquista de Troy Kotsur, do
filme “No Ritmo do Coração” que, como seu personagem, é surdo-mudo; o que resultou
num emocionante discurso com linguagem de sinais.
Nas categorias técnicas, foi gratificante ver a
predominância merecida da equipe de “Duna”, arregimentando para o projeto
magnífico de Denis Villeneuve, nada menos que seis estatuetas, o recorde da
noite. Um belo consolo pelo fato, já digerido, de que ele realmente não
venceria o prêmio principal e já havia sido esnobado na categoria de Melhor
Direção.
Tudo isso, entretanto, ficou em segundo plano,
diante do fato desconcertante que girou em torno de Will Smith, sua esposa e
Chris Rock.
MELHOR FILME
"No Ritmo do Coração"
MELHOR DIREÇÃO
"Ataque dos Cães", Jane Campion
MELHOR ATRIZ
Jessica Chastain, "Os Olhos de Tammy Faye"
MELHOR ATOR
Will Smith, "King Richard-Criando Campeãs"
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Ariana DeBose, "Amor Sublime Amor"
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Troy Kotsur, "No Ritmo do Coração"
MELHOR FOTOGRAFIA
"Duna"
MELHOR DOCUMENTÁRIO EM LONGA-METRAGEM
"Summer of Soul"
MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
"The Queen of Basketball"
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
"Drive My Car" (Japão)
MELHORES EFEITOS VISUAIS
"Duna"
MELHOR CABELO E MAQUIAGEM
"Os Olhos de Tammy Faye"
MELHOR FIGURINO
"Cruella"
MELHOR SOM
"Duna"
MELHOR DESIGNER DE PRODUÇÃO
"Duna"
MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
“Duna"
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
"No Time To Die", de
"007-Sem Tempo Para Morrer"
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
"Belfast"
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
"No Ritmo do Coração"
MELHOR ANIMAÇÃO
"Encanto"
MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
"The Windshield Wiper"
MELHOR MONTAGEM
"Duna"
MELHOR CURTA-METRAGEM
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