domingo, 17 de abril de 2016

Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Christopher Nolan enfrentou dois grandes problemas ao realizar a última parte de sua cultuada trilogia.
O primeiro: como contornar a morte do insubstituível Heath Ledger como Coringa? 
E o segundo: como igualar o nível de qualidade estratosférica de um filme como “O Cavaleiro das Trevas”? 
A dura verdade é que, em ambos os casos, isso era impossível.
Entretanto, Nolan conseguiu um encerramento digno e magistral com este “O Cavaleiro das Trevas Ressurge”. Desta vez, o tema é a dor. A dor de saber que seu corpo não é mais capaz de realizar as proezas do passado. A dor que, em última instância, deve ser superada, para que um objetivo maior seja conquistado. E o vilão Bane (interpretado pelo fantástico Tom Hardy) é a personificação da dor: ele usa, o tempo todo, uma máscara para que um gás o poupe justamente da dor que os ferimentos em seu rosto o fariam passar; e ele promete fazer o herói viver toda uma jornada de dor, ao lesionar sua coluna (na sensacional reprodução de uma das cenas mais marcantes da trajetória do Batman nos quadrinhos), para só então ressurgir, e restabelecer a justiça e a ordem, como ele almejava, desde o primeiro filme.
A ausência de Heth Ledger, e seu fenomenal Coringa, é sentida, inclusive na omissão proposital que a narrativa faz ao personagem. 
Felizmente, para Nolan, o catálogo de coadjuvantes do Batman sempre foi vasto em presenças memoráveis, de forma que aqui, ele pode lançar mão da Mulher-Gato (maravilhosamente personificada por Anne Hathaway) e de Talia Al-Ghul (Marion Cottilard, cuja personagem acaba fazendo uma interessante conexão com o primeiro filme “Batman Begins”).
Este último capítulo honra todos os predicados hiperlativos dos filmes anteriores, encerrando a história de Batman em definitivo de maneira sólida e respeitosa, fortalecendo a trilogia como um todo. Um grande e memorável trabalho de Christopher Nolan.

Nenhum comentário:

Postar um comentário