Nem bem a CCXP acabou e eis que a Imprensa
Estrangeira divulgou hoje os indicados ao Globo de Ouro. Segue a lista:
MELHOR FILME: DRAMA
1917
O Irlandês
Coringa
História de Um Casamento
Dois Papas
MELHOR FILME: MUSICAL OU COMÉDIA
Meu Nome É Dolemite
Jojo Rabbit
Entre Facas e Segredos
Rocketman
Curiosa e até irônica a inclusão da nova obra
de Quentin Tarantino entre as comédias; mas, “Era Uma Vez... Em Hollywood” está
disputando com títulos elogiadíssimos, em especial, “Meu Nome É Dolemite” e “Jojo
Rabbit”, todos exigindo respeito e reconhecimento.
Na categoria drama as coisas estão ainda mais
acirradas: Se “O Irlandês” e “Coringa” chegam com a força do sucesso simultâneo
de público e crítica, tanto o épico de guerra “1917” quanto “História de Um
Casamento”, em seus recentes lançamentos, demonstraram vigor suficiente para
atingirem status de favoritos!
Como no ano passado, uma predominância de
títulos oriundos de streaming se percebe entre as obras exclusivamente
cinematográficas: “O Irlandês”, “História de Um Casamento”, "Dois Papas" e “Meu Nome É
Dolemite” são da NetFlix.
MELHOR DIRETOR
Bong Joon-Ho, Parasita
Sam Mendes, 1917
Todd Phillips, Coringa
Martin Scorsese, O Irlandês
Quentin Tarantino, Era Uma Vez… Em Hollywood
Uma maravilha poder testemunhar o
reconhecimento sem precedentes ao cinema sul-coreano até então. Está certo que
o magistral “Parasita” pode acabar ficando só nas indicações –afinal, ele
concorre com a técnica impecável e implacável de Sam Mendes (que alguns estão
comparando com o virtuosismo já lendário de “O Resgate do Soldado Ryan”); com a
aclamada realização de Todd Philips (a quem o Globo de Ouro já premiou em 2009
por “Se Beber Não Case”); e os trabalhos maiúsculos dos gênios Martin Scorsese
e Tarantino –mas é um deleite ver o nome de Bong Joon-Ho (de obras como “O Expresso do Amanhã” e “O Hospedeiro”) ao lado de medalhões do cinema hollywoodiano.
MELHOR ATRIZ EM FILME: DRAMA
Cynthia Erivo, Harriet
Scarlett Johansson, História de Um Casamento
Saoirse Ronan, Adoráveis
Mulheres
Charlize Theron, O Escândalo
Renée Zellweger, Judy
MELHOR ATOR EM FILME: DRAMA
Christian Bale, Ford vs. Ferrari
Antonio Banderas, Dor & Glória
Adam Driver, História
de Um Casamento
Joaquin Phoenix, Coringa
Jonathan Pryce, Dois Papas
Os intérpretes de drama surgem com alguns
favoritismos aparentes: Entre as atrizes, o trabalho que goza, por ora, de
maior aclamação junto à crítica é o de Renée Zellweger, onde ela traz Judy
Garland à vida, mas há de se lembrar de Scarlett Johansson, uma atriz sempre
capaz, talentosa e relevante, dona de poucas indicações ao longo de sua
carreira (e nenhuma indicação ao Oscar!) num trabalho que parece ser o ponto de
virada para essa injustiça.
Já, entre os atores, a ausência de Robert De
Niro (por "O Irlandês") e de Adam Sandler (pelo premiado “Uncut Gems”) e o encaixe de Leonardo DiCaprio
e Taron Egerton entre os intérpretes de comédia ou musical deixa a situação
bastante propícia para a consagração de Joaquin Phoenix e sua ovacionada
atuação em “Coringa”, seu maior competidor é, quando muito, a excelência de
Adam Driver em “História de Um Casamento”.
MELHOR ATRIZ EM FILME: MUSICAL OU COMÉDIA
Ana de Armas, Entre
Facas e Segredos
Awkwafina, The
Farewell
Cate Blanchett, Cadê Você, Bernadette?
Beanie Feldstein, Fora de Série
Emma Thompson, Late
Night
MELHOR ATOR EM FILME: MUSICAL OU COMÉDIA
Daniel Craig, Entre
Facas e Segredos
Roman Griffin Davis, Jojo Rabbit
Leonardo DiCaprio, Era Uma Vez… Em Hollywood
Taron Egerton, Rocketman
Eddie Murphy, Meu
Nome É Dolemite
O grande problema na categoria das atrizes em
comédia ou musical é a completa ausência de um nome que tenha se destacado nas
bolsas de apostas até então: Emma Thompson e Cate Blanchett levam vantagem pela
consagração da carreira pregressa, mas as jovens Ana de Armas e Awkwafina
chegam apresentando trabalhos surpreendentes em obras que prontamente
conquistaram a crítica.
Com os atores, meu gosto pessoal me leva a
torcer pela performance brilhante de DiCaprio, embora os críticos tenham se
rendido ao talento de Eddie Murphy que, de tempos em tempos, encontra um filme
capaz de evidenciar o grande ator que é (como ocorreu em meados de 2006 com “Dreamgirls”).
De resto, é muito bom ver o reconhecimento
prestado ao grande ator que Daniel Craig consegue ser quando sai de sua zona de
conforto; à sensibilidade precoce do pequeno e notável Roman Griffin Davis (lembrando
ser ele uma das poucas menções ao grande trabalho de Taika Waititi, “Jojo
Rabbit”); e ao desempenho louvável de Taron Egerton como Elton John –cujos planos
de repetir a trilha vitoriosa de Rami Malek no ano passado esbarraram na
concorrência bem mais pesada deste ano!
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Kathy Bates, O
Caso Richard Jewell
Annette Bening, O Relatório
Laura Dern, História
de Um Casamento
Jennifer Lopez, As Golpistas
Margot Robbie, O
Escândalo
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Tom Hanks, Um
Lindo Dia na Vizinhança
Anthony Hopkins, Dois Papas
Al Pacino, O
Irlandês
Joe Pesci, O Irlandês
Brad Pitt, Era
Uma Vez… Em Hollywood
Por mais que a presença de Brad Pitt entre os
indicados a Melhor Coadjuvante me encha de felicidade, é preciso admitir que
Al Pacino e Joe Pesci, por “O Irlandês”, formam uma dobradinha difícil de ser
superada –com a possível predileção dos votantes para o segundo.
A categoria de atrizes coadjuvantes foi uma oportunidade
para o Globo de Ouro incluir grandes trabalhos esquecidos nas categorias
principais, como “As Golpistas”, filme-sensação no Festival de Toronto, cuja
indicação para Jennifer Lopez causou estranhamento por não ser entre as atrizes
principais –é exatamente esse detalhe que pode fazer dela a favorita da
categoria.
Contudo, as esplêndidas presenças de Margot
Robbie e de Laura Dern não devem ser subestimadas.
MELHOR ROTEIRO
História de Um Casamento
Parasita
Dois Papas
Era Uma Vez… Em Hollywood
O Irlandês
MELHOR ANIMAÇÃO
Frozen II
Como Treinar Seu Dragão 3
O Elo Perdido
Causou surpresa a ausência de “Entre Facas e
Segredos” entre os indicados à Melhor Roteiro –justamente esse que era apontado
como um dos quesitos mais fascinantes do filme de Rian Johnson –o que deve
deixar a disputa mais equilibrada, visto que todos são obras magistrais que
primam pela mágica de uma história bem contada.
Por incrível que possa parecer, é aqui que “O Irlandês”
ostenta menos favoritismo (mas, ele pode levar conforme sua premiação seja
indulgente demais), deixando margem para praticamente todos os concorrentes: A
sensibilidade singular de “História de Um Casamento”; a energia cinematográfica
incomum de “Parasita”; o refinamento inquestionável de “Era Uma Vez... Em
Hollywood”; e a primazia dramática de “Dois Papas”.
Entre as animações a briga certamente será de
cachorro grande com as sequências de duas das mais bem-sucedidas animações de
todos os tempos (“Frozen” e “Toy Story”) disputando diretamente.
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
“Beautiful Ghosts”, Cats
“I’m Gonna Love Me Again”, Rocketman
“Into the Unknown”, Frozen II
“Spirit”, O
Rei Leão
“Stand Up”, Harriet
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
The Farewell
Os Miseráveis
Dor & Glória
Parasita
Retrato de Uma Jovem em Chamas
Dificilmente o prêmio de filme estrangeiro será
tirado das mãos mais do que merecedoras dos realizadores de “Parasita” –e essa
premiação deve ser uma compensação pelas demais indicações que permanecerão
sendo indicações (embora surpresas desagradáveis dessa natureza sejam até um
hábito do Globo de Ouro).
Entre as canções, apesar das prováveis esperanças
de alguns fãs que “Rocketman” ou mesmo o incompreendido “Cats” levem alguma
coisa, a nova canção clássica de “Frozen II” deve prevalecer; não acredito que
a música inédita de Beyoncée para “O Rei Leão” tenha grandes chances.
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