quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Os Indicados Ao Globo de Ouro 2025


 Nesta última segunda-feira foram anunciados os nomes dos indicados ao Globo de Ouro 2025, a ser realizado no dia 5 de janeiro de 2025. Prêmio de cinema e TV conduzido pelo Impressa Estrangeira, o Globo de Ouro –ou Golden Globe –já foi visto como uma prévia do Oscar, embora muitas decisões e escolhas promovidas nos últimos anos tenham afastado essa impressão. No entanto, ainda é parte fundamental da temporada de prêmios, e certamente vai interferir (e antecipar) muitas características que integrarão a cerimônia do careca dourado. Vamos às indicações e às considerações (lembrando que aqui só serão mencionados os indicados de cinema):

Melhor filme dramático

"O Brutalista"

"Um Completo Desconhecido"

"Conclave"

"Duna-Parte 2"

"Nickel Boys"

"Setembro 5"

Melhor filme de comédia ou musical

"Anora"

"Rivais"

"Emilia Perez"

"A Verdadeira Dor"

"A Substância"

"Wicked"

Primeira mudança: Agora as categorias predominantes contam com um limite de seis vagas (e não cinco como em anos anteriores), o que eleva os nomeados para as duas categorias de Melhor Filme para doze! Assim como seu brilhante antecessor, o mais brilhante ainda “Duna-Parte 2” sofreu uma ligeira esnobada do Globo de Ouro, embora deva reinar majestoso nas categorias técnicas do Oscar. Surgem com algum favoritismo aqui “Emilia Perez” –líder em indicações, com dez –e “O Brutalista” –sete indicações –“Emilia Perez”, por sinal, saiu fortíssimo do Festival de Veneza em maio, mas havia perdido algum fôlego quando estreou com uma ou outra crítica negativa. Muitos comemoraram a inclusão (inclusive noutras expressivas categorias) do ousado “A Substância”, caminhando a passos largos para virar o grande cult-movie de 2024 (e para ganhar improváveis, ainda que merecidas, indicações ao Oscar). Embora o aguardado filme de Luca Guadagnino “Queer” tenha ficado de fora da categoria principal (entre outras razões por não ter agrado boa parte da crítica), o seu “Rivais”, lançado com atraso no início do ano, foi capaz de se manter memorável para conquistar uma nomeação. E a campanha de “Wicked”, que entre outras estratégias providenciais agendou seu lançamento para o final de ano, deu frutos obtendo um bom números de indicações.

Melhor atriz de filme dramático

Pamela Anderson, "The Last Showgirl"

Angelina Jolie, "Maria Callas"

Nicole Kidman, "Baby Girl"

Tilda Swinton, "O Quarto Ao Lado"

Fernanda Torres, "Ainda Estou Aqui"

Kate Winslet, "Lee"

Os brasileiros ficaram em polvorosa quando, nesta categoria, surgiu nossa querida Fernanda Torres, que parece repetir os passos da própria mãe, Fernanda Montenegro, que culminou indicada a Melhor Atriz na cerimônia do Oscar 1999. Fernandinha pode refazer esses mesmos passos, contudo, aqui ela disputa com um sex-symbol de décadas passadas retornando à ribalta por meio de um projeto corajoso e surpreendente (Pamela Anderson); duas atrizes que costumam equilibrar atuações elogiáveis com estrelato inquestionável (Nicole Kidman e Angelina Jolie); uma elogiada intérprete inglesa defendendo o primeiro filme falado em inglês de Pedro Almodóvar (Tilda Swinton) e uma premiada atriz, tarimbada em obter aclamação nas premiações (Kate Winslet).

Melhor direção

Jacques Audiard, "Emilia Perez"

Sean Baker, "Anora"

Edward Berger, "Conclave"

Brady Corbet, "O Brutalista"

Coralie Fargeat, "A Substância"

Payal Kapadia, "Tudo O Que Imaginamos Como Luz"

Edward Berger (de “Nada de Novo no Front”) e Jacques Audiard (de “O Profeta”) não são estranhos às premiações, mas certamente são presenças bastante inesperadas (bem como os longa-metragens que realizaram) as de Brady Corbet, Coralie Fargeat, Sean Baker (de “Projeto Flórida”) e Payal Kapadia. Na esteira da repercussão positiva em Cannes, o favorito é Baker, cujo “Anora” saiu premiado com a Palma De Ouro (embora conte com um total de apenas cinco indicações), mas muita coisa pode mudar.

Melhor ator em filme dramático

Adrien Brody, "O Brutalista"

Timothée Chamalet, "Um Completo Desconhecido"

Daniel Craig, "Queer"

Colman Domingo, "Sing Sing"

Ralph Fiennes, "Conclave"

Sebastian Stan, "O Aprendiz"

Esperava-se que o jovem Timothée Chamalet fosse indicado por “Duna-Parte 2”, no entanto, ele saiu-se com essa prodigiosa atuação vivendo Bob Dylan no filme de James Mangold, seus competidores mais expressivos certamente são Daniel Craig quebrando de vez a imagem de James Bond (e defendendo com unhas e dentes a única indicação de “Queer”), o elogiado trabalho de Ralph Fiennes e Sebastian Stan, o Soldado Invernal da Marvel Studios, que este ano conseguiu emplacar duas indicações no Globo de Ouro.

Melhor atriz em filme de comédia ou musica

Amy Adams, "Canina"

Cynthia Erivo, "Wicked"

Karla Sofía Gascón, "Emilia Perez"

Mikey Maddison, "Anora"

Demi Moore, "A Substância"

Zendaya, "Rivais"

Melhor ator em filme de comédia ou musical

Jesse Eisenberg, "A Verdadeira Dor"

Hugh Grant, "Herege"

Gabriel LaBelle, "Saturday Night"

Jesse Plemons, "Tipos de Gentileza"

Glen Powell, "Assassino Por Acaso"

Sebastian Stan, "Um Homem Diferente"

Parece haver um consenso entre os críticos e votantes do Globo de Ouro (que já foi percebido, ao longo dos anos, no Oscar também) de que, se um filme possue um gênero indefinido, ou mesmo incategorizável, ele é indicado à Melhor Comédia ou Musical –só assim para entender as indicações nessa categoria para Hugh Grant pelo terror “Herege” (no qual ele está surpreendente, diga-se) e para Jesse Plemons (que venceu em Cannes!) pelo estranho, porém fascinante “Tipos de Gentileza”. O mesmo ocorre em Melhor Atriz de Comédia ou Musical para Demi Moore no nada engraçado “A Substância”, todavia, entre as mulheres prevalace o irônico favoritismo de Karla Sofía Gascón, a primeira atriz trans na História indicada ao prêmio (uma manobra que dificilmente deixará de ser repetida pelo Oscar), já entre os Atores, o favorito ainda parece incerto, mas seria muito interessante ver o belo trabalho de Glen Powell, num dos filmes mais sensacionais do ano, ser recompensado.

Melhor atriz coadjuvante

Selena Gomez, "Emilia Perez"

Ariana Grande, "Wicked"

Felicity Jones, "O Brutalista"

Margaret Qualley, "A Substância"

Isabella Rossellini, "Conclave"

Zoe Saldana, "Emilia Perez"

Melhor ator coadjuvante

Denzel Washington, "Gladiador II"

Kieran Culkin, "A Verdadeira Dor"

Guy Pierce, "O Brutalista"

Jeremy Strong, "O Aprendiz"

Yura Borisov, "Anora"

Edward Norton, "Um Completo Desconhecido"

Em Atriz Coadjuvante, as duas colegas de “Emilia Perez”, a jovem Selena Gomez e a bem-sucedida Zoe Saldana, terão de enfrentar o fascínio da crítica e a aprovação do público despertados pela sensacional Margaret Qualley em “A Substância”, embora hajam grandes chances para a veterana Isabella Rossellini e para a sempre talentosa Felicity Jones, correndo por fora, a cantora Ariana Grande deve encarar a indicação como um prêmio.

Em Ator Coadjuvante, é um pena que o sempre fabuloso Denzel Washington não tenha maiores chances (talvez, se o filme fosse melhorzinho...), resta os grandes trabalhos de atores consagrados como Edward Norton e Guy Pierce em disputa com a surpresa das presenças de Kieran Culkin (finalmente mostrando em cinema o potencial que já exibia na série de TV “Sucession”) e Jeremy Strong (cujo “O Aprendiz” é uma produção pulsante).

Melhor animação

"Flow"

"Divertida Mente 2"

"Memórias de Um Caracol"

"Moana 2"

"Wallace & Gromit-A Vingança"

"Robô Selvagem"

As coisas mudam: Outrora favoritos incontestáveis na categoria animação, a Pixar (representados pela continuação de um longa-metragem que, anos atrás, simplesmente arrebatou o prêmio) já não surge este ano tão imbatível assim, o que aumenta as merecidas chances para o novo “Wallace & Gromit” e para os mais alternativos “Flow” e “Memórias de Um Caracol”, mas... quer saber? Quem merece o prêmio mesmo à a Dreamworks que entregou, com o emocionante “Robô Selvagem” uma das melhores animações do ano (e ele ainda está indicado em Melhor Trilha Sonora!). “Moana 2”, o representante da Disney no páreo nem conta –sua presença entre os indicados é protocolar em função da importância do estúdio, mas ele nem tem tanta qualidade para constar por aqui.

Melhor canção original

"Beautiful That Way", "The Last Showgirl"

"Compress/Repress", "Rivais"

"El Mal", "Emilia Perez"

"Forbbiden Road", "Better Man"

"Kiss The Sky", "Robô Selvagem"

"Mi Camino", "Emilia Perez"

Melhor trilha sonora

"O Brutalista"

"Conclave"

"Robô Selvagem"

"Emilia Perez"

"Rivais"

"Duna-Parte 2"

Melhor filme estrangeiro

"Tudo O Que Imaginamos Como Luz" (Índia)

"Emilia Perez" (França)

"A Garota da Agulha" (Dinamarca)

"Ainda Estou Aqui" (Brasil)

"A Semente do Figo Sagrado" (Alemanha)

"Vermiglio" (Itália)

“Emilia Perez” aparece na categoria de Filme Estrangeiro assim como na de Filme de Comédia ou Musical”, o que já o torna automaticamente o favorito da categoria, comprometendo as chances do brasileiro “Ainda Estou Aqui” –de repente, a mesma história de 1999 parece se repetir... –entretanto, o indiano “Tudo O Que Imaginamos Como Luz” também segue forte na disputa.

Melhor roteiro

"Emilia Perez"

"Anora"

"O Brutalista"

"A Verdadeira Dor"

"A Substância"

"Conclave"

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