domingo, 20 de novembro de 2022

Algumas Previsões Para o Oscar 2023


 Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo

Louvado por muitos como o melhor filme de 2022, o trabalho dos diretores Daniel Kwan e Daniel Scheinert é uma obra surpreendente que ousa, inclusive, ao tratar do tema de multiverso no mesmo ano em que a toda-poderosa Marvel Studios discorreu sobre o mesmo assunto no blockbuster “Doutor Estranho No Multiverso da Loucura”.

Todavia, o filme de Kwan e Scheinert vai além: Ele aborda reflexões existenciais numa roupagem que combina drama, humor e ação numa mesma proporção sem acomodar-se em genêro nenhum.

Um choque de ineditismo que lembra o feito das Irmãs Wachowsky em 2000 com o cult-movieMatrix”. Naquela época, entretanto, a Academia de Artes Cinematográficas não estava pronta para tamanha inovação (e ainda assim, “Matrix” saiu-se com quatro prêmios técnicos), e agora, estariam os votantes prontos para finalmente premiar a grande surpresa do ano?


Elvis

A música não deixa Baz Luhrman; Baz Luhrman não deixa a música. Após duas décadas de seu aclamado “Moulin Rouge”, o diretor australiano retorna –de certa maneira –ao gênero que lhe foi tão caro, desta vez, contando uma história que a tempos o cinema andava devendo: Uma biografia digna e emocionante de ninguém mais, ninguém menos, do que Elvis Presley, o Rei do Rock.

De quebra, “Elvis” ainda revela o talento hiperlativo do jovem Austin Butler que entrega um trabalho primoroso  ao cantar, dançar e atuar como Elvis, tirando de letra um desempenho que representaria um desafio para qualquer um.


The Fabelmans

Naquele que parece ser sua obra mais pessoal, o gigante Steven Spielberg volta suas lentes para uma trama auto-biográfica que gira em torno de sua própria família.

Realizado num esquema independente –tática que Spielberg, habituado à superproduções, não adotava havia décadas –“The Fabelmans” estreou no Festival de Toronto, berço de algumas das mais aclamadas obras independentes da temporada, e vem conquistando larga aprovação da crítica, além de uma quase garantida oportunidade no Oscar, caminho que, é bem verdade, quase todas as realizações de Spielberg acabam trilhando.

Os mais entusiasmados dão como certa a indicação de Melhor Atriz para Michelle Williams.


Babylon

Todos os três trabalhos anteriores do diretor Damien Chazelle –“Whiplash-Em Busca da Perfeição”, “La La Land-CantandoEstações” e “O Primeiro Homem” –tiveram belas campanhas no Oscar. Sua quarta realização promete manter essa constante; também pudera: Com um elenco estelar –que inclui Margot Robbie, Brad Pitt e Tobey Maguire –“Babylon” aborda o deslumbramento e os escândalos que cercaram os astros da fase áurea do cinema na década de 1920.


The Whale

O diretor Daren Aronofsky adora pegar grandes intérpretes e arremessá-los para fora de suas zonas de conforto: Foi assim com Mickey Rourke em “O Lutador”, com Natalie Portman em “Cisne Negro” e com Jennifer Lawrence em “Mãe!”.

Não obstante a eventual incompreensão de parte da crítica, ele obtém certa aclamação com isso, e as coisas parecem seguir um rumo bastante parecido com o novo “The Whale”.

Trazendo de volta à ribalta o desaparecido Brendan Fraser –que, muitos garantem, estar entregando a atuação de sua vida! –Aronofsky criou um drama sobre o processo árduo de rejeição, recuperação e aceitação centrado num personagem obeso, homossexual e depressivo, tendo recebidos aplausos de pé em sua estréia no Festival de Veneza.


Top Gun-Maverick

Uma grata surpresa para muitos e uma produção saudada como a grande prova de que financeiramente o cinema havia enfim superado o hiato de público ocasionado pela pandemia, a continuação do cultuado clássico oitentista “Top Gun” ostentou tamanha qualidade técnica e artistica quando aportou nas salas de cinemas que logo foram cogitadas as possibilidades dele concorrer ao Oscar.

As chances maiores repousam nas categorias técnicas é claro –as sequências de combate aéreo são particularmente um show de fotografia, montagem e efeitos visuais –embora existam aqueles que apostem numa colher de chá nas categorias mais artísticas –o roteiro segue uma fórmula razoável para a continuação que se propõe, mas é assinado por Christopher McGuarie, que ganhou o Oscar de Roteiro Original por “Os Suspeitos” –além da forte possibilidade de repetir, tal e qual o anterior em 1987, a vitória na categoria de Melhor Canção Original –desta vez com “Hold My Hand”, composta e interpretada por Lady Gaga.


The Batman

Outro que certamente marcará presença nas categorias técnicas –minha aposta vai especialmente para Melhor Maquiagem e Cabelo graças à assombrosa transformação de Colin Farrell no mafioso Pinguim –o filme dirigido por Matt Reeves revelou-se de tal forma surpreendente (afinal, alguns ainda tinham lá suas ressalvas com o fato do ótimo Robert Pattinson interpretar Bruce Wayne/Batman) que não apenas foi recebido como o melhor filme do Batman realizado até hoje (superando até as aplaudidas produções de Christopher Nolan) e Pattinson agraciado como o melhor dentre todos os intérpretes do herói, como seus fãs praticamente exigem um mínino de reconhecimento no Oscar.


Até Os Ossos

A última vez em que o diretor Luca Guadagnino e o jovem astro Timothée Chalamet se juntaram foi no elogiadíssimo romance homossexual “Me Chame Pelo Seu Nome”.

Agora, eles adicionam à mistura novos nomes consagrados, como Mark Rylance e Chloe Sevigny, e uma inusitada pitada de canibalismo e o resultado é o desconcertante “Até Os Ossos” que promete seguir um caminho de aclamação muito parecido.


Glass Onion-Um Mistério de Entre Facas e Segredos

Quando foi anunciada a sequência da pérola de suspense “Entre Facas e Segredos”, a Netflix não perdeu tempo: Tratou de pagar um valor estratosférico para o astro Daniel Graig voltar ao personagem do detetive Benoit Blanc, negociou a exclusividade da produção com o diretor Rian Johnson (de “Star Wars-Os Últimos Jedi”) e certificou-se de trazer um elenco tão arrojado, numeroso e célebre quanto o notável filme anterior (entre outros estão Kate Hudson, Ethan Hawke, Edward Norton, Dave Bautista e Kathryn Hahn).

Assim que foi lançado na plataforma, “Glass Onion” arrebatou público e crítica revelando-se espantosamente superior ao filme original, qualidades que, garantem os apreciadores, não haverão de passar despercebidas aos membros da Academia.


Avatar-O Caminho da Água

Por fim, é impossível não mencionar um dos mais aguardados filmes do ano –senão O mais aguardado: Lá se vão treze anos desde que o diretor James Cameron tomou o mundo de assalto com a revolucionária tecnologia 3D e com a criação assombrosa do planeta Pandora em “Avatar”.

O tempo decorrido só fez aumentar a expectativa dos fãs em torno da continuação (que é prometida como a primeira de outras três!) e fomentou a promessa de que o efeito 3D, desta vez, seria ainda mais arrebatador aos sentidos do público.

“Avatar-O Caminho da Água” ainda não estreou (teve, quando muito, alguns trailers exibidos nos cinemas), mas os expectadores não têm dúvidas de que ocupará um lugar de destaque na próxima cerimônia do Oscar (e em outros prêmios também), até porque, entre outros talentos, Cameron é brilhante na construção de continuações: O seu “Exterminador do Futuro 2” é, e provavelmente sempre será, imbatível do quesito de continuação tão válida e pertinente quanto o original; e ele também assinou “Aliens-O Resgate”, a única sequência verdadeiramente dotada de tanto brilho e originalidade quanto o primeiro “Alien”.

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